Pesquisar
Close this search box.
/
/
O câncer das PMEs

O câncer das PMEs

Quando pequenas sonegações tornam-se grandes prejuízos

Não é de hoje que a sonegação fiscal é tida como um mal necessário no universo das pequenas e médias empresas e vem se instalando, silenciosamente, como um câncer. Colocando o dedo na ferida e deixando de lado as questões morais, éticas e legais sobre a prática, é importante analisá-la friamente, pelo ponto de vista estritamente financeiro, até para entender não o motivo de sua aplicação – que todos já imaginam a resposta -, mas as consequências a longo prazo para a companhia.

É muito comum observar empreendedores que procuram assessoria especializada para suas finanças, com o intuito de captar investimentos, se decepcionarem com o resultado da análise realizada e os valores que conseguirão, de fato, captar. Os investidores são como os médicos que necessitam diagnosticar tudo relacionado à conduta da empresa, desde a procedência do capital utilizado para dar início à operação dos negócios e da análise do perfil do empreendedor até os processos de gestão internos, além, é claro, da procedência dos insumos e da cadeia produtiva e de fornecedores.

O ponto chave, entretanto, é que dificilmente um investidor se dispõe a aportar seu capital num negócio com doenças pregressas, ou seja, com má gestão comercial, administrativa e financeira, recheada de passivos fiscais. Ainda mais grave é o empresário não reconhecer parte do patrimônio líquido da empresa nos balanços oficiais, o que acaba por ameaçar as garantias legais às quais um investidor faria jus.

Via de regra, ao olhar para o passado, muitos empresários acabam se arrependendo de não terem se precavido da prática da sonegação. O valor dos passivos fiscais em potencial é descontado do valor da empresa numa negociação ou, na melhor das hipóteses, fica retido numa conta garantia, conhecida como “escrow”. Além disso, a informalidade na aferição dos resultados impossibilita que essa parte inerente à sonegação seja sequer considerada pelo investidor, não entrando no ‘valuation’, ou seja, na valoração da empresa, no momento da venda total ou parcial do negócio.

A situação é ainda mais crítica se o investidor for uma gestora de fundo de investimento: a maioria deles sequer considera aportar valores numa operação como essa. Para quem está de fora, é como se o empresário, ao sonegar, estivesse ‘pilhando’ a empresa, no sentido de obter vantagens financeiras pessoais, de curto prazo, em detrimento da posição patrimonial da companhia a longo prazo.

Segundo o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, o maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem. Em termos práticos, a ausência de visão de muitos empresários acaba afetando a possibilidade de se obter um valor justo para uma determinada operação, já que, por conta dessa sonegação, os valores sonegados acabam, quase sempre, sendo menores do que o valor descontado do ‘valuation’. Além disso, são geradas várias outras interpretações, como a possibilidade de que essas retiradas, por meio do ‘caixa dois’ ou outros subterfúgios, se percam e não sejam reinvestidas no negócios, em especial naqueles que necessitam de um grau de reinvestimento de capital para o desenvolvimento saudável da operação.

É por esse motivo que, qualquer que seja o grau do passivo fiscal da empresa, a recomendação é que o empresário procure formalizar seu negócio antes de tentar vendê-lo, até porque eventuais inconvenientes econômicos podem surgir, forçando-o a procurar um novo investidor a toque de caixa. E é, nesse momento, em que ele mais precisará de remédios e tratamento para curar seus males, que perceberá que a conta da sonegação simplesmente não fecha e que é pura insanidade, como disse Albert Einstein, permanecer fazendo a mesma coisa esperando resultados diferentes.

* Luis Gustavo Velani é analista da divisão ba}BANCODENEGÓCIOS da consultoria ba}STOCKLER

Recomendadas

MAIS MATÉRIAS

SUMÁRIO – Edição 283

As relações de consumo acompanham mudanças intensas e contínuas na sociedade e no mercado. Vivemos na era da Inteligência Artificial, dos dados e de um consumidor mais exigente, consciente e impaciente. Mais do que nunca, ele é o centro de tudo: das decisões, estratégias e inovações.
O consumidor é digital sem deixar de ser humano, inovador sem abrir mão do que confia. Ele quer respeito absoluto pela sua identidade, quer ser ouvido e ter voz.
Acompanhar cada passo dessa evolução é um compromisso da Consumidor Moderno, agora um ecossistema de Customer Experience (CX), com o mais completo, sólido e original conhecimento sobre comportamento do consumidor, inteligência relacional, tecnologias, plataformas, aplicações, processos e metodologias para operacionalizar a experiência de modo eficaz, conectando executivos e lideranças.

CAPA:
Imagem idealizada por Melissa Lulio,
gerada por IA via DALL·E da OpenAI, editada por Nádia Reinig


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Andréia Gonçalves
[email protected]

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Fabiana Hanna
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head
Melissa Lulio
[email protected]

Editora-Assistente
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Repórteres
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Julia Fregonese
Marcelo Brandão

Designer
Melissa D’Amelio

Revisão
Elani Cardoso

MARKETING
Líder de Marketing Integrado 
Suemary Fernandes 
[email protected]

Coordenadora
Mariana Santinelli

Coordenador de Marketing de Performance 
Jonas Lopes 
[email protected]

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues

CX BRAIN
Data Analyst
Camila Cirilo
[email protected]


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Eireli.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]

SUMÁRIO – Edição 283

As relações de consumo acompanham mudanças intensas e contínuas na sociedade e no mercado. Vivemos na era da Inteligência Artificial, dos dados e de um consumidor mais exigente, consciente e impaciente. Mais do que nunca, ele é o centro de tudo: das decisões, estratégias e inovações.
O consumidor é digital sem deixar de ser humano, inovador sem abrir mão do que confia. Ele quer respeito absoluto pela sua identidade, quer ser ouvido e ter voz.
Acompanhar cada passo dessa evolução é um compromisso da Consumidor Moderno, agora um ecossistema de Customer Experience (CX), com o mais completo, sólido e original conhecimento sobre comportamento do consumidor, inteligência relacional, tecnologias, plataformas, aplicações, processos e metodologias para operacionalizar a experiência de modo eficaz, conectando executivos e lideranças.

CAPA:
Imagem idealizada por Melissa Lulio,
gerada por IA via DALL·E da OpenAI, editada por Nádia Reinig


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Andréia Gonçalves
[email protected]

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Fabiana Hanna
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head
Melissa Lulio
[email protected]

Editora-Assistente
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Repórteres
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Julia Fregonese
Marcelo Brandão

Designer
Melissa D’Amelio

Revisão
Elani Cardoso

MARKETING
Líder de Marketing Integrado 
Suemary Fernandes 
[email protected]

Coordenadora
Mariana Santinelli

Coordenador de Marketing de Performance 
Jonas Lopes 
[email protected]

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues

CX BRAIN
Data Analyst
Camila Cirilo
[email protected]


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Eireli.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]