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Esqueça o espírito de dono: o engajamento dos colaboradores vai até a página 9

Esqueça o espírito de dono: o engajamento dos colaboradores vai até a página 9

O RH está com dificuldades para motivar os times? É melhor parar de evocar o espírito de dono. Os trabalhadores agora querem fazer parte, mas nada tanto assim

Muitas palestras na NRF 2023, particularmente dos CEOs, evocaram a necessidade de uma cultura flexível sobre engajamento e colaboradores. É importante ampliar esse conceito de flexibilidade, caso contrário, o engajamento vai até a página 9 da história.

Estamos no limiar de uma era na qual empresas e colaboradores têm objetivos e expectativas completamente diferentes e não há cultura corporativa capaz de reduzir essa distância, salvo, é claro, se houver flexibilidade.

A pandemia – sempre ela – desconstruiu formatos de trabalho e criou uma cultura paralela, que, para variar, devorou estratégias no café da manhã e palitou os dentes no almoço. Uma cultura que levou trabalhadores mais qualificados, com habilidades que se manifestam a partir de instrumentos digitais – TI, Marketing, Conteúdo, Planejamento, Digital, Recursos Humanos – enfim, qualquer atividade que prescinda da presença física em um local fixo, a levou simplesmente perceber que é mais confortável ficar longe do escritório.

Em novembro, os EUA viveram o “The Great Resignation”, ou “A Grande Debandada”em tradução livre. Milhares de trabalhadores que pediram demissão pelo simples fato de que não querer mais voltar aos escritórios. O setor de entretenimento e lazer, bem como de restaurantes, sofre com a falta de mão-de-obra. Não há tantos jovens dispostos a trabalhar seis dias por semanas fora de casa.

Corta para o Brasil. O país que sofre com menor intensidade dos mesmos problemas. O trabalho híbrido parece ter ganhado espaço nas rotinas corporativas, mas certamente não com ênfase no varejo. Na associação e confronto do varejo dos EUA com o varejo brasileiro, é importante destacar o apego à cultura interna como base para construir um negócio relevante.

Empresas brasileiras conseguem construir culturas razoavelmente homogêneas e que produzem resultados interessantes. Diversidade e inclusão entraram na pauta, mas no Brasil essa assimilação tende a ser mais simples, pois a miscigenação é mais intensa em nosso país. Ainda assim, aquele que exerce uma atividade mais intelectual, ou que funcione fora do escritório, este não quer voltar mais para as baias das empresas.

Ao mesmo tempo, gestores de diversas companhias, independentemente do porte, devem se defrontar com a queda irreversível de uma atitude normalmente associada a engajamento: o espírito de dono.

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O impacto das novas gerações e o engajamento

Aos fatos: para a Geração Z, assim como para Millennials mais jovens, o momento é de frugalidade. Celular na mão, vontade de experimentar, mundo para descobrir, telas para mergulhar, qual o sentido de ter?

As evidências são fartas demonstrando que SER > TER. TikTok, Stories e avatares são veículos de autoexpressão. A camiseta de hoje pode ser usada até ser vendida ou doada para venda de segunda mão. Aliás, um mercado em expansão acelerada.

Leia mais: Segunda mão com experiência de primeira: desvendando o novo mercado de usados

Millennials e Zs colocaram uma enormidade de produtos à venda e partiram para a compra de produtos de segunda mão, mas não chegaram perto da adoção dos baby boomers. Este mercado prateado cresceu seu consumo de segunda mão em 56% contra 44% dos Zs. Ainda assim, falamos de crescimento de dois dígitos altos nos EUA. Por lá, são milhões de jovens que compram um usado ao menos uma vez por mês (71%) e 38% que compram um usado ao menos uma vez por semana!

O volume de itens ofertados e comprados cresceu 218% em 2022. São caçadores de tesouros, sensíveis ao efeito “tudo por apenas” (consegui esse tesouro por apenas um valor baixo)… Em tempos de inflação bicuda, faz total sentido. Mas, a ideia geral é usar um produto de segunda mão, adotar um estilo de vida frugal e não criar raízes.

Teremos 1 bilhão de pessoas vivendo como nômades digitais nos próximos 4, 5 anos…

As estimativas das consultorias especializadas, segundo aponta a WGSN, é de termos 1 bilhão de pessoas vivendo como nômades digitais nos próximos 4, 5 anos. Um bilhão! Nômade digital não parece ser o tipo de colaborador que pretende ser dono de alguma coisa, fora da roupa do corpo, da mochila e do celular.

Para aqueles que ficam e não conseguem embarcar na onda do nomadismo, olhar para escritórios, fábricas, lojas, hotéis e restaurantes e ver os mesmo chavões motivadores, os mesmo benefícios e as mesmas dificuldades não parece muito animador.

Eles estão à procura de um grupo para fazer parte. Senso de pertencimento, trabalhar para responder a um porquê faz mais sentido do que acreditar que será dono de uma empresa que, no fim das contas, pode não estar na sua vida no dia seguinte. A ideia de “carreira” também parece anacrônica, uma vez que ela pode mudar ao sabor da identidade do dia.

Assim, é importante que os gestores e as lideranças poupem seus esforços em criara narrativas que enfatizem o tal “espírito de dono”. Melhor tentar mostrar porque sua empresa quer deixar uma marquinha no universo. Assim, é importante entender e mostrar que a empresa é agente de transformação, tem relevância e vai fazer falta se deixar de existir. As pessoas querem participar de algo que possam defender, acreditar e, claro, ganhar dinheiro com isso. Os jovens querem dopamina, vetores e gatilhos de satisfação que estimulem o trabalho diário e não a ideia geral de pressionar até a corda arrebentar. Já arrebentou.

É importante que os gestores e as lideranças poupem seus esforços em criara narrativas que enfatizem o tal “espírito de dono”- melhor tentar mostrar porque sua empresa quer deixar uma marquinha no universo

Novas janelas de oportunidades

Os novos colaboradores querem mudar de funções, ganhar atribuições, ver janelas de oportunidades para testar e desenvolver habilidades diferentes. Isso é o conceito largo de “flexibilidade”para o qual chamamos atenção no começo. Tem mais: as empresas precisam fazer do escritório um ambiente de segurança psicológica e não associado às velhas cobranças. Obviamente não se trata de fazer a empresa ser um imenso divã coletivo, mas assegurar que os conflitos potenciais possam ser resolvidos sem criar gatilhos depressivos ou gerar dopamina viciante.

Na era da dopamina, o espírito de dono estará circunscrito a quem quer ser dono de fato. Quanto aos colaboradores, eles querem fazer parte. Quanto mais pessoas participantes ativas suas empresa tiver, maior as chances dela conseguir estimular a busca por resultados convincentes.


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