Já pensou em poder tocar o som? Pesquisadores já, e através da tecnologia estão fazendo com que isso se torne realidade.
A tecnologia háptica – que permite que sintamos o som – já faz parte do nosso dia a dia. Quando a tela do celular vibra ao nosso toque, estamos tendo uma experiência com essa inovação – “háptico” vem do grego “haptikos”, que significa “pertencente ao sentido do tato.”
Com a ajuda de alguns dispositivos, podemos ter sensações de contato físico com ambientes digitais, de modo que, quando esses objetos são tocados, eles pareçam reais e tangíveis. Claro: quando mais recursos existirem ao redor, maior será a sensação de imersão aos efeitos do som.
Aplicações reais
Antes dos smartphones, já tínhamos os primeiros exemplos de tecnologia háptica disponíveis nos fliperamas e videogames, com assentos ou controles vibrantes, que serviam para ampliar a realidade do jogo, com sensações mais reais. E as realidades virtual (VR) e aumentada (AR) são as fortes aliadas do momento para trazer um passo a mais na profundeza desta experiência.
A tecnologia háptica é observada, também, em treinamentos que envolvem simulação, como nas áreas militares e aeronáutica, além do campo automobilístico, onde está sendo usada para enviar estímulos de alerta aos motoristas, melhorando a segurança nas estradas. Na área da saúde, é utilizada para treinamento cirúrgico de precisão, ou para apoiar pessoas com deficiência visual nas tarefas do dia-a-dia.
Marketing tátil
Um estudo divulgado pelo IPG Media Labs, sobre como consumidores se relacionam com anúncios que utilizam sensibilidade háptica, mostrou um aumento de 62% nos sentimentos de conexão com as marcas que usaram este recurso em propagandas nas redes sociais. A pesquisa também mostrou que 44% dos usuários se sentiram mais alegres após assistirem (e sentirem) estes comerciais.
Os resultados finais provaram que a aplicação tátil foi altamente eficaz em deslocar a atenção dos usuários para uma vivência mais emotiva, com alterações nos ritmos cerebrais e cardíacos, mesmo se tratando de uma rápida propaganda assistida em um celular.
Feedback tátil para pessoas com deficiência
A acessibilidade é uma das áreas que mais se beneficiarão dos avanços desse tipo de tecnologia.
Para pessoas com baixa visão, já existe no mercado um smartwatch que utiliza as tecnologias de sonar e feedback háptico, emitindo vibrações ao pulso de um usuário à medida que ele se aproxima de um objeto.
O aparelho é capaz de detectar barreiras no caminho que estejam a até 4 metros de distância. Além disso, é possível registrar itens de uso pessoal na memória do dispositivo, como chaves, carteiras e celulares, fazendo com que ele os localize rapidamente com base no sonar.
Na Grécia, a tecnologia háptica já foi incorporada em mapas turísticos, ajudando pessoas cegas a sentirem o layout das cidades com as mãos. Estes mapas táteis foram feitos através de gravações locais, avaliadas por um software inteligente, que depois determinou a forma e a localização de cada objeto nos frames. Usando um dispositivo de interface háptica, os turistas podem sentir campos de força de cada estrutura que foi captada pelo software.
Experiência tátil em tudo
A empresa francesa Hap2U tem a proposta ambiciosa de adicionar a tecnologia háptica naquilo que o usuário quiser.
Para isso, estão desenvolvendo um sistema que engloba uma tela sensível, chips e atuadores que podem ser instalados embaixo de qualquer superfície de plástico, metal ou madeira, fazendo com que uma casa, carro ou máquina se tornem responsivos ao toque.
A ideia da empresa é não limitar as emoções às telas de celulares e computadores, levando a tecnologia háptica para uma escala muito maior e criando novas dimensões entre a relação homem-máquina e as superfícies que tocamos no nosso dia a dia.
Por enquanto, a empresa já desenvolveu um tablet capaz de reproduzir, ao toque humano, a textura das imagens projetadas em sua tela.
Carros prontos em 3 dias
No campo automobilístico, a montadora Nissan firmou uma parceria com a empresa de hápticos HaptX, que desenvolve luvas táteis capazes de fornecer sensações de forma, textura e movimento de objetos virtuais.
A Nissan está investindo nesta tecnologia porque a realidade virtual, aliada às sensações táteis, reduzem a necessidade de protótipos físicos, fazendo com que os testes de novos modelos sejam finalizados muito mais rapidamente – o processo, que antes podia levar anos, agora leva apenas 3 dias.
Com as luvas HaptX, os projetistas de carros podem experimentar o novo modelo imediatamente enquanto o projetam, permitindo que novas iterações sejam criadas mais rapidamente, usando prototipagem háptica em vez de prototipagem física.
Assim, a empresa pretende revolucionar o processo de design de seus carros, economizando muito tempo e custos de montagem.
As luvas da HaptX também já foram utilizadas pelo corpo de bombeiros de San Luis Obispo, na Califórnia, para treinamentos de operação das mangueiras dos caminhões. Com a capacitação feita totalmente em realidade virtual, milhares de galões de água puderam ser poupados no processo.
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