Em um 2020 marcado por restrições às atividades econômicas em virtude da pandemia do novo coronavírus, houve um aumento expressivo na emissão de Notas Fiscais Eletrônicas — contrariando o que se imaginava em um contexto de crise sanitária e econômica.
Ao longo dos doze meses, foram registradas mais de 3 bilhões de Notas Fiscais Eletrônicas (NFEs), totalizando um valor de R$ 17,51 trilhões — um crescimento de 12,95% de R$ (1,90 trilhão) em relação a 2019 (R$ 15,62 trilhões). Os dados são de um estudo desenvolvido pelo IBPTax, joint venture criada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) e a Systax, empresa de inteligência fiscal.
Os destaques ficam por conta do Comércio Atacadista de Medicamentos, que culminou na emissão do valor de 133 milhões em NFEs, observando um crescimento de 8,43% em relação ao ano passado. Logo atrás vem foi o Comércio Atacadista de Cerveja, Chope e Refrigerante com 111,6 milhões de NFEs, seguido pelo Comércio Atacadista de Produtos Alimentícios ocupa a terceira posição com 101,3 milhões de NFEs.
“Em um momento no qual a tecnologia está tão presente, principalmente pelas necessidades trazidas desde a chegada da pandemia, o dado mais destoante observado pela pesquisa é o crescimento do mercado dos livros. Isso nos traz uma concepção de, que apesar de termos uma modernização e uma conceituação do universo digital, os livros impressos ainda se mantiveram extremamente relevantes e importantes”, analisa Carlos Pinto – diretor de negócios do IBPT.
Cerveja
Sobre o alto volume de NFEs emitidas pelo Comércio Atacadista de Cerveja, Chope e Refrigerante, Carlos Pinta credita ao aumento do consumo alcóolico feito em casa “principalmente no início da pandemia”. Já sobre o Comércio Atacadista de Medicamentos, o executivo vê tendência de crescimento em todo o setor varejista da saúde.
“O mercado atacadista tem uma representação relevante no segmento, principalmente porque é necessário ter um estoque para abastecer o varejo e, com certeza, isso foi um dos pontos que fizeram com que este aumento de NFEs tivesse uma relação direta com este mercado”, avalia.
Para Jerson Prochnow, CEO da Systax, é muito relevante que esse crescimento ocorra sem a geração de altos riscos fiscais para esses contribuintes.
“Para isso, é indispensável que as empresas estejam atentas à saúde fiscal de seus negócios, adotem sistemas adequados e eficientes e, principalmente, tributem corretamente suas operações, exigindo ainda que seus fornecedores façam o mesmo.”
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