As mulheres são maioria na população brasileira – cerca de 52% do total. Mesmo assim, um índice continua se repetindo: elas continuam tendo uma participação ínfima quando o assunto é liderança no País. Apenas 8% dos cargos de presidência são ocupados por mulheres em empresas brasileiras.
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É o que revela uma pesquisa que será apresentada no Fórum Global da ONU Mulheres, agendado para o próximo dia 14 de março. O evento contará com a participação de representantes de 30 países e acontece na sede da empresa de tecnologia SAP, em Nova York.
O levantamento analisou 330 empresas. Nem todas possuem cargos de vice-presidência, diretoria ou conselhos de administração. Nas companhias que têm essas posições, no entanto, a presença das mulheres é bem inferior quando comparada a dos homens.
As empresas que possuem cargos de vice-presidência têm 52,5% de homens ocupando a posição. Em diretorias, as mulheres representam 33% das vagas. Nos conselhos de administração das empresas no Brasil, o cenário pode ser considerado desolador.
Em 62% das empresas que possuem um conselho para chamar de seu não há sequer uma mulher entre os representantes. E nas que possuem, elas são claramente uma minoria, por volta de 8% do total.
Engajamento feminino
Ter uma mulher na liderança inspira outras a crescer. O estudo mostra que as empresas que têm mulheres em posições de chefia tendem a ser mais engajadas com o tema. Quando a presidente é uma mulher, elas ocupam 26% dos cargos de vice-presidência. O mesmo número diminui quando a presidência é masculina, cerca de 17%.
No cenário internacional, Europa e Estados Unidos estão à frente do Brasil em número de mulheres em cargos de liderança. A diferença, contudo, não é gritante. É o que podemos ver nos conselhos administrativos das empresas norte-americanas. Nelas, cerca de 14% do comitê é composto por mulheres. Europa e Brasil apresentam percentuais menores: 9% e 8%, respectivamente.
O estudo, chamado de Panorama 2017, foi desenvolvido pelo Insper em parceria com a empresa de recrutamento Talenses. A maioria das empresas participantes é do setor de serviços (75%).