A curadoria de experiências e a aprendizagem criativa surgem para inovar nos métodos de liderança corporativa. Essas técnicas, ainda que jovens, conquistam cada vez mais o mercado por promoverem uma filosofia de gestão capaz de gerar conexões bilaterais entre colaboradores, empresas e clientes.
Marília Lobo é especialista em liderança criativa e curadora de experiências de aprendizagem. Do seu quarto em Berlim, palestrou no CONAREC 2020, em painel intitulado “Curadoria de experiências: uma filosofia de gestão e liderança que promove (re)conexão”.
Conexão, aprendizagem e contexto
A especialista iniciou pedindo para o público refletir sobre algumas questões: “Qual a sua maior necessidade de conexão neste momento? O que você mais deseja aprender neste momento? Qual o seu contexto no dia de hoje?”, perguntou.
Após alguns momentos para reflexão, Marília explica que essas três questões: a conexão, a aprendizagem e o contexto são os principais pilares para que uma marca possa se posicionar como curadora de experiências. Curadoria, essa, que tem como característica principal mostrar o plano de fundo de reflexão feito durante as tomadas de decisão de marcas em suas filosofias de gestão.
A maneira como a tomada de decisões se dá é diretamente afetada pelo contexto social e histórico em que estamos inseridos, e a atual pandemia trouxe uma mudança brusca no contexto da maior parte do mundo. Segundo Marília: “O primeiro ponto a se considerar é que nós precisamos assumir a anormalidade. (…) O primeiro passo para entender qualquer questão – e entender como marcas, líderes e pessoas se reconectam – é aceitar que esse ‘novo normal’ na verdade é, sim, anormal e é uma situação que foge do nosso controle. Não julgar, entender que estamos em um momento de anormalidade, e a partir daí com estes dois pressupostos mínimos, entender como se posicionar como um curador”.
Marília ainda explica o que significa se comportar e se posicionar como um curador de experiências. “Devemos entender que um curador não cura ninguém: nós curamos a nós mesmos, mas ele tem a missão de nos mostrar os caminhos para isso. Me refiro aqui a líderes que precisam levar o planejamento estratégico adiante mesmo em situações anormais. Para isso, há três pontos que precisam ser privilegiados: a forma como escutamos e o exercício da escuta ativa, a forma como nos expressamos e, por último mas não menos importante, exercitar nossa cidadania e entender qual o impacto que nosso serviço ou produto tem na vida do consumidor”.
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