A trajetória da empresa Hering, fundada em 1880, agora pode ser vivenciada tanto no mundo físico quanto no mundo virtual, ou em ambos. O Museu Hering no Metaverso, que acaba de ser inaugurado, passa a integrar os atrativos do Museu Hermann Hering de Blumenau, em Santa Catarina.
Com o uso de ferramentas avançadas de Inteligência Artificial (IA), técnicas de gamificação, holografia e Realidade Aumentada, a marca aposta no metaverso como uma forma de conectar o público com a marca.
A novidade é parte das comemorações dos 90 anos da Fundação Hermann Hering, instituição sem fins lucrativos que desenvolveu o Museu Hering no Metaverso. O projeto é liderado pelo diretor-geral Marciel Costa, em conjunto com a Metaverso VX – Virtual Xperience, startup sediada em Florianópolis, SC.
Experiência no metaverso
Atualmente, o museu físico, localizado em Blumenau (SC), recebe em torno de 15 mil pessoas por ano. Agora, com a integração da nova experiência, a expectativa é de um milhão de visitantes no primeiro ano. Isso incluindo tanto as pessoas que desejarem fazer a experiência completa (real e digital, com a utilização dos óculos virtuais), quanto os que preferirem acessar à distância, com ou sem os óculos, no smartphone, tablet ou computador.
No metaverso, os visitantes são guiados pelo “peixinho” chamado H3R1N, que passeia por diversos ambientes e os leva a experiências. Como ao passado, para conhecer e interagir com o próprio fundador Hermann Hering (1835-1915), para ouvir as suas histórias por meio de imagens holográficas que trazem expressões, movimentos e até a voz, que impressionam pelo realismo.
Atrações interativas como a possibilidade de mergulhar em um aquário para pescar os “dois peixinhos” dourados; experimentar o manuseio de um tear, e ver as camisetas que marcaram a história brasileira da moda, como das peças que trazem o símbolo de prevenção contra o câncer de mama, são alguns dos exemplos. Outro destaque é a perfeita reprodução, para o metaverso, do jardim suspenso do museu físico, assinado pelo renomado paisagista Roberto Burle Marx.
Valmor Rabelo, diretor de negócios da Metaverso VX, explica que a Realidade Virtual não é linear e gera infinitas possibilidades. Porém, para se ter uma ideia, atualmente, o museu no metaverso tem a equivalência de uma área de, pelo menos, 5 vezes maior do que o museu físico, este que conta com mais de 2,2 mil m2 de área total. Além disso, o projeto digital seguirá em expansão, com novidades constantes.
Tecnologia à serviço do CX
“O objetivo da Fundação Hermann Hering e o nosso, que atuamos com inovação, é mostrar como a cultura, a história, além de empresas e negócios, podem ser integrados às novas tecnologias e contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico”, destaca Rabelo que também é engenheiro e conta com mais de 25 anos de experiência em inovação. “Esta é a primeira fase do projeto do museu no metaverso. E, ainda este ano, pretendemos ampliar mais com novas experiências e interações para os diversos públicos, tornando o museu uma referência cultural no mundo digital”.
Guilherme Paranhos, experiente desenvolvedor de produtos digitais e sócio-diretor de tecnologia da startup explica que “foram inúmeras as ferramentas utilizadas, muitas reuniões e centenas de horas de trabalho, além do suporte e da curadoria constante da equipe da Fundação, que realizou uma análise impecável e criteriosa na separação de peças, de elementos e a recuperação de imagens para trazer um resultado que encanta e emociona’’, conta. “Além disso, foram utilizados recursos tecnológicos como técnicas de gamificação, Inteligência Artificial, holografia e Realidade Aumentada, aplicadas em vídeos e fotos para animações e interações”, exemplifica Paranhos.
Gamificação para impulsionar o engajamento
O empresário Reinoldo Miranda, que completa o grupo de sócios da Metaverso VX, informa que mais um dos destaques previstos para este ano será um game que trará desafios para os visitantes relacionados à sustentabilidade. “Quem cumprir todas as etapas do jogo ganhará cupons que poderão ser trocados por souvenirs e outros produtos”, ressalta. Além disso, a experiência de vestir camisetas e poder personalizar as peças será mais uma novidade para 2025.
“Para se ter uma ideia, existem mais de 40 mil itens e artefatos que fazem parte do acervo da Fundação. Porém, não é possível expor tudo por conta da limitação física. Hoje, com o museu no metaverso, teremos a oportunidade de, junto com a equipe técnica da fundação, mostrar todos esses exemplares ao público e isso se conecta diretamente com a história da moda no Brasil”, conta.
É possível acessar o Museu Hering no Metaverso neste link. A experiência é apresentada em Português e em Libras. A próxima etapa, já confirmada pelos desenvolvedores, será a inclusão dos idiomas inglês, espanhol e alemão, expandindo a história além das fronteiras.
Renascimento do metaverso?
Entre 2020 e 2021, observamos o hype do metaverso, com marcas apostando no ambiente virtual. Para muitos, ele não se sustentou por diversos fatores, entre eles, o custo elevado, reproduções precárias de ambientes físicos, a falta de resolução de problemas em algumas plataformas e, sobretudo, a chegada do TikTok e posteriormente do ChatGPT, que desviaram a atenção do público.
Contudo, as inovações trazidas pela Inteligência Artificial podem dar um novo impulso ao metaverso. Já vimos o surgimento de plataformas de IA de baixo custo abrindo novos caminhos nessa nova era digital. Quem sabe esse avanço não aterrisse também no terreno virtual do metaverso?
Certamente, as possibilidades com experiências imersivas aliada à IA, com uma curadoria humana criativa e de qualidade, podem trazer melhorias da experiência do usuário, além de novos recursos para negócios. Esse cenário vem crescendo gradativamente desde 2023, e agora é celebrado por diversos executivos, como Mark Zuckerberg, CEO da Meta, que afirmou que “2025 será o ano do metaverso”.
Se vivemos ou não o renascimento do metaverso, só o tempo dirá. O fato é que alguns setores, líderes e marcas estão olhando com maior entusiasmo para essa tecnologia, agora apoiada pela IA. Mesmo sem o apelo de um ChatGPT, o metaverso encontra fôlego para que muitos sigam acreditando que ambientes virtuais imersivos serão o futuro da tecnologia.