Se você foi adolescente nos anos 70, 80 e 90, provavelmente deve se lembrar de alguma propaganda que te fez desejar muito algum produto, não é verdade? E se voltar no tempo, certamente vai perceber que os anúncios dessas marcas envolviam algum jingle, cantor ou artista de televisão famoso na época.
Hoje, se você acessar alguma rede social, como o TikTok, por exemplo, vai notar que as estratégias de marketing para adolescentes não são mais as mesmas e que agora, o público teen está ainda mais exigente e atento para os recursos que uma empresa pode ofertar.
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Compostas por nativos digitais, essas gerações, conhecidas como Z e Alpha, não possuem uma jornada de compra linear e estão de olho em elementos que vão além da qualidade do produto, uma vez que este público também valoriza as experiências e os valores defendidos pela marca em questão.
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Geração Z se baseia em três pilares: futuro, família e diversão
Para o especialista em estratégias de negócios e inteligência de mercado, Adriano Santos, o público jovem gosta do poder de escolha e se interessa por marcas que constroem estratégias baseadas em três pilares: o futuro, a família e a diversão: “falar em futuro significa trabalhar com temas voltados para propósitos de vida e para a agenda ESG, ligada ao meio ambiente e aos assuntos sociais e governamentais”, inicial o profissional, que continua: “a família também deve ser levada em conta na hora dos anúncios, já que ela faz parte da vida desse público e se enquadra em um dos principais conflitos enfrentados nessa faixa etária”, pontua Adriano Santos.
“Por fim, a diversão também deve fazer parte das estratégias de marketing voltadas para o público adolescente, uma vez que este público se interessa por ferramentas modernas que proporcionam prazer e aceitação”, explica o especialista, antes de finalizar: “assim, quando conseguimos trabalhar os três pilares, quando conseguimos fazer com que o adolescente se sinta pertencente a um grupo, alcançamos um marketing extremamente eficiente para este segmento”.
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Marcas optam pela humanização para conquistar público teen
Ainda com relação ao relacionamento com marcas, o líder de E-Commerce da Associação Brasileira de Agentes Digitais (ABRADI), Gustavo ChapChap, argumenta que o jovem também valoriza marcas humanizadas e adaptadas ao mundo digital: “muitas gigantes do varejo, por exemplo, têm investido em influenciadores digitais para promover engajamento para suas marcas, além de seus próprios avatares, como a Lu, do Magazine Luiza; a Nat, da Natura; e o CB, das Casas Bahia, que está repaginado e se tornou um adolescente nativo digital”, explica o representante da ABRADI.
De acordo com Gustavo ChapChap, a geração Z é prática, agitada, influente e empoderada e, como tal, exige a criação de novas estratégias publicitárias que se enquadrem ao seu perfil: “o consumidor, principalmente os jovens e adolescentes, está no centro e é empoderado. Não há mais espaço para anúncios que ‘forçam’ a venda. Cada vez mais a persuasão é mandatória”, pontua o especialista, que prossegue: “um anúncio persuasivo é aquele capaz de transmitir a as vantagens do produto ou serviço de forma com que o cliente entenda que o seu problema será resolvido e que a sua ‘dor’ será atenuada”, complementa.
Regulamentação promove debate sobre propagandas abusivas
A persuasão, entretanto, difere da apelação, conforme salienta Adriano Santos: “é importante que a comunicação respeite o espaço do adolescente. O marketing não pode ser invasivo e é justamente por isso que existem várias leis voltadas para a sua proteção, como o próprio artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor, que diz respeito à proibição de publicidade abusiva que se aproveite da deficiência de julgamento e experiência do público mais jovem”, finaliza o especialista em estratégias de negócios e inteligência de mercado.
Nesse mesmo sentido, o representante da ABRADI traz à tona uma série de medidas realizadas por instituições públicas e privadas para proteger os menores de idade, mas ainda assim evidencia a necessidade da promulgação de leis voltadas aos meios digitais.
“Algumas leis sobre o assunto já estão sendo seguidas pelas empresas de tecnologia. A LGPD, a melhoria dos termos de uso, os avisos de conteúdo inadequado e as restrições de visualizações já colaboram no cuidado com esse público”, argumenta Gustavo ChapChap, que também indica a criação de ferramentas pelo Google que auxiliam os pais e responsáveis a filtrar e limitar o acesso dos filhos durante a navegação na web.
“Mas há um grande debate nesse tema e um desafio de conseguir segmentar o impacto de anúncios para um público específico. O evento da pandemia aumentou muito o número de horas médias conectadas, ocasionadas pelas lives, aulas online e deu ainda mais urgência para este tema”, encerra o especialista.
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