A visibilidade sem precedentes da Copa do Mundo Feminina 2023 colocou em evidência uma realidade preocupante: a falta de investimentos na carreira das jogadoras brasileiras de futebol. Esse cenário destaca a necessidade de uma mudança estrutural que promova a equidade de gênero e reconheça o potencial das mulheres no esporte.
A diferença de investimento entre o futebol feminino e masculino resulta em uma profissionalização precária das atletas nos principais clubes e ligas do país. Essa disparidade cria desafios, mas também oportunidades para as marcas se posicionarem e desempenharem um papel fundamental na valorização do esporte para as mulheres.
Marcas como impulsionadoras do esporte feminino
Segundo a pesquisa “Mulheres & Esporte 2023”, realizada pelo Grupo SBF em parceria com o Grupo Consumoteca, as marcas desempenham um papel importante na promoção e valorização do esporte feminino. O estudo revelou que 8 em cada 10 brasileiros (81%) concordam que o futebol feminino deveria receber um maior patrocínio das marcas.
Além disso, impressionantes 78% dos entrevistados acreditam que o investimento nos clubes brasileiros deveria ser igual tanto para o futebol feminino quanto para o masculino. Os dados foram divulgados em um evento na Arena Centauro na última terça-feira (4), localizada no Parque Ibirapuera.
Esses números refletem claramente as expectativas dos consumidores em relação à atuação das marcas na busca pela equidade no esporte. No entanto, é crucial que elas façam mais do que patrocinar e adotem uma abordagem autêntica e duradoura. Desafiar os estereótipos de gênero e promover uma mudança de mentalidade são aspectos fundamentais para impulsionar essa transformação tão necessária no cenário esportivo.
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Abordagem ao futebol feminino
não pode ser superficial nem tardia
De acordo com Marília Galvão, apresentadora do canal Desimpedidos no YouTube, o futebol desempenha um papel crucial na popularização do tema das mulheres no esporte. O esporte, por ser o mais popular do país, contribui para a superação de barreiras. No entanto, muitas marcas de varejo deixam para abordar o futebol feminino apenas no último momento. “Muitas vezes, essa abordagem se limita a colocar uma hashtag relacionada ao futebol feminino, como se isso fosse suficiente”, conta Galvão.
No entanto, o caminho a ser seguido vai além. As marcas também precisam se comprometer com uma desconstrução social, em vez de apenas apoiar a modalidade que está ganhando atenção. É necessário adotar uma abordagem duradoura, desafiar estereótipos de gênero e promover uma mudança de mentalidade.
Engajamento dos consumidores:
Uma nova torcida se forma
Os consumidores brasileiros estão se envolvendo cada vez mais com o futebol feminino, demonstrando um crescente interesse. Conforme a pesquisa, quase metade (47%) dos brasileiros planeja assistir aos jogos da Copa do Mundo Feminina. Além disso, as atletas exercem uma influência significativa sobre o público, uma vez que 48% dos entrevistados seguem personalidades femininas do esporte nas redes sociais.
No entanto, esse engajamento vai além do esporte em si. Também cerca de metade dos consumidores (49%) afirmam que as mulheres atletas os influenciam em comportamentos que vão além das quatro linhas. Elas se tornam referências em áreas como moda, política, cultura e saúde, impactando positivamente o cotidiano de muitas pessoas. Esse engajamento revela que os consumidores estão atentos ao papel das marcas na promoção da igualdade de oportunidades no esporte feminino.
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Esporte feminino é oportunidade de negócio
Diante desse panorama, as marcas têm a oportunidade de estabelecer uma conexão mais profunda com os consumidores, aproveitando o engajamento crescente com o futebol feminino. Estratégias de marketing que envolvam personalidades femininas do esporte, parcerias com atletas e campanhas que incentivem a participação feminina no esporte podem ser utilizadas para fortalecer essa conexão emocional.
Ao valorizar o engajamento dos consumidores, as marcas não apenas contribuem para a visibilidade do esporte feminino, mas também promovem uma mudança social mais ampla. Sendo assim, as marcas têm a responsabilidade de utilizar esse engajamento como uma alavanca para a promoção da igualdade de gênero no esporte e além dele.
Centauro: Incentivo ao futebol feminino
com produtos exclusivos
A Centauro, marca de artigos esportivos, tem uma linha especial de produtos licenciados da CBF direcionados à Copa do Mundo Feminina, incluindo itens destinados às jogadoras de futebol. Ao disponibilizar produtos exclusivos e direcionados, a Centauro não apenas proporciona uma experiência única aos consumidores, mas também reafirma seu compromisso em valorizar e empoderar as mulheres no esporte. Essa estratégia vai além do comércio, contribuindo para a visibilidade e o reconhecimento do futebol feminino, além de impulsionar a igualdade de oportunidades.
Para Fernanda Arechavaleta, diretora de marketing e reputação da Centauro, é fundamental oferecer cada vez mais conteúdo, produtos e serviços relacionados ao mundo do futebol feminino, para estimular o engajamento dos consumidores e fortalecer a comunidade feminina no esporte. Com iniciativas como essa, as marcas podem catalisar mudanças positivas, oferecer suporte e reconhecimento às atletas e incentivar uma maior participação feminina no esporte.
Marcas podem promover mudanças
Além do apoio ao esporte feminino, as marcas têm uma responsabilidade maior: assumir um compromisso real com a desconstrução social. Mais do que simplesmente seguir tendências passageiras, é fundamental que as empresas promovam uma mudança de mentalidade, desafiando estereótipos e preconceitos arraigados.
Ao engajar-se com o esporte feminino, as marcas devem ir além da visibilidade momentânea. Investir nas mulheres não é apenas uma estratégia de marketing, mas uma forma de contribuir efetivamente para a construção de uma sociedade mais igualitária e inclusiva.
Desafiar os estereótipos de gênero e promover uma cultura de igualdade não apenas traz benefícios para a reputação e imagem das empresas, mas também impacta positivamente a sociedade, abrindo caminho para uma transformação duradoura. Ou seja, as marcas que apoiam o futebol feminino não apenas se conectam emocionalmente com os consumidores, mas também abrem caminho para um futuro mais inclusivo e igualitário.
O poder transformador do esporte
Para Arechavaleta, a conversa sobre o futebol feminino precisa ir além dos espaços já estabelecidos. É essencial investir para obter maior visibilidade e criar um ciclo contínuo de crescimento. Segundo ela, ao investir nas mulheres, as marcas ganham visibilidade, o que permite as investir ainda mais.
Essa estratégia é o que impulsionará o futebol feminino a alcançar novos patamares de diálogo com os consumidores e o público geral. A Centauro acredita no esporte e escolheu o futebol feminino como um pilar importante nessa jornada de transformação.
“Acreditamos no poder transformador do esporte, nós escolhemos fazer isso hoje com o futebol feminino, como pilar importante em uma transformação, mas não é circunstancial, é algo que a gente quer manter com o tempo”, explica Arechavaleta.
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