Em sua última apresentação de resultados, referentes ao quarto trimestre de 2023, a Macy’s – icônica varejista multimarcas dos Estados Unidos – anunciou que irá fechar 150 lojas. São 50 unidades de baixo desempenho que serão encerradas ainda em 2024, e outras 100 ao longo dos próximos anos. Segundo o CEO da Macy’s, Tony Spring, essas lojas representam cerca de um quarto da área da empresa, mas menos que um décimo das vendas.
O objetivo é que, até 2026, restem apenas 350 da Macy’s em todo o território norte-americano. A Macy’s ainda não especificou quais lojas fecharão suas portas. Para recuperar vendas – que tiveram uma queda de 5,5% em 2023 na comparação com 2022, com um total de US$ 23,1 bilhões – em um mercado no qual a classe média diminuiu e grandes varejistas atraem cada vez mais clientes com preços baixos e descontos, a empresa irá investir em suas marcas voltadas ao público de luxo.
Assim, a Macy’s investirá em novas lojas da Bloomingdale’s – que reúne marcas e grifes de moda de alto padrão – e da Bluemercury – de produtos de beleza, cosméticos e bem-estar –, que terão tamanhos menores. Segundo a empresa, serão 15 novas unidades da primeira, e 30 da segunda ao longo dos próximos três anos.
Resultados em queda
Segundo a demonstração de resultados do quarto trimestre de 2023, que apresenta dados anuais, enquanto as vendas digitais decresceram 7% na comparação com 2022, as vendas realizadas em lojas físicas do grupo diminuíram 5% em relação ao mesmo período. Já a margem bruta de 2023 foi de 38,8%, uma alta na comparação com o ano anterior, que apresentou um resultado de 37,4%.
“Sou grato a todas as nossas equipes pelo compromisso contínuo com nossos clientes durante a temporada de festas”, disse Tony Spring, diretor executivo da Macy’s Inc em comunicado aos investidores. “Ao longo do quarto trimestre, entregamos uma experiência omnicanal aprimorada, com merchandising eficaz e uma clara demonstração de valor que resultou em um encerramento forte do ano”.
Outras receitas representaram US$ 774 milhões, uma queda de US$ 223 na comparação anual. Em janeiro, a Macy’s já havia anunciado que cortaria 2,350 funcionários de suas lojas, número que equivale a 3,5% da sua força de trabalho. Com o encerramento de lojas, até 2026 o grupo terá pouco mais da metade das unidades que tinha antes da pandemia. Em 2015, a Macy’s atingiu sua maior alta por ação, US$ 73, e, desde então, vem em queda, acompanhada do fechamento de cerca de 300 lojas.
O novo capítulo
“Nosso portfólio de marcas icônicas e reconhecidas globalmente, nosso balanço saudável e operações fortificadas nos posicionam para executar ‘Um Novo Capítulo Audacioso’”, afirmou Spring. “Esta estratégia é projetada para criar uma Macy’s, Inc. mais moderna, que se espera gerar um valor significativo para nossos acionistas nos anos seguintes.”
A partir da redução da operação das lojas de departamento da Macy’s – muitas delas acabam funcionando como grande atração de shopping centers nos Estados Unidos –, no investimento da loja digital e no na criação de novas lojas e reformas da Bloomingdale’s e da Bluemercury, o grupo buscará atrair consumidores de luxo e, assim, reverter o cenário de queda de vendas.
Segundo a empresa, a estratégia intitulada Um Novo Capítulo Audacioso foi projetada para “para desafiar o status quo para reposicionar fundamentalmente a empresa, aprimorar a experiência do cliente, entregar crescimento e desbloquear valor para os acionistas”. Trata-se de uma abordagem para revigorar o relacionamento com os clientes por meio de uma experiência de compra aprimorada, com sortimentos relevantes e valores convincentes.
*Foto: NYC Russ / Shutterstock.com