Atire o primeiro batom cor de rosa, a mulher que nunca foi sabatinada em uma reunião por um grupo de homens? E quando dois, três, quatro, dez deles estão escolhendo um novo diretor para a empresa? Ok, um bom currículo muitas vezes faz com que mulheres estejam ali, naquela sala, mas geralmente ela é apenas uma entre os outros finalistas: homens!
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Após o processo, raríssimas vezes, uma mulher entra em um time tão heterogêneo. Uma LGBT então? Nem iria para as finais. E ao solicitar um feedback, geralmente a resposta se parece com essa: “foi um detalhe apenas, um ponto que nem sabemos pontuar qual que fez com que o outro candidato se sobressaísse”. Mas, ao olhar o retrospecto do “concorrente”, ele não tem nem de perto o mesmo, o que me faz concluir que a decisão foi feita com base em gênero.
Infelizmente, nossa sociedade é sistemicamente machista e nem sabe disso – ou sabe e finge não saber – não consegue entender, nem explicar por que o melhor currículo não foi selecionado, mas esquece de ver que usou o espelho como base na seleção e culturalmente, os times totalmente masculinos geralmente nem cogitam que as contratações são feitas baseadas em gênero. Eles acreditam que foram justos, mas se sentiram muito mais confortáveis com um outro homem no grupo.
E quem perde com isso? Além de nós, mulheres, porque não somos valorizadas como deveríamos, a empresa também perde e perde muito, porque times que não possuem diversidade, pensam sempre da mesma forma. Graças a uma mudança de comportamento em alguns grupos, investidores já deixam de investir em empresas que não possuem em seu grupo de direção: mulheres, negros e LGBTQIA+. Sábias são as empresas e os líderes que notam isso e pouco a pouco vão mudando o seu comportamento.
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E é claro que isso reflete no cliente, o cliente está cada vez mais inteligente e percebe de longe quando a comunicação é machista, quando a empresa tem um olhar enviesado sobre temas tão importantes. Por isso, toda vez que nos depararmos com uma empresa machista, preconceituosa em qualquer sentido, devemos alertá-la; devemos alertar as pessoas que trabalham lá, porque muitas vezes estão tão dentro da caixa que não enxergam mais e passam a normalizar determinado comportamento. Pessoas e empresas retrógradas não merecem estar entre suas escolhas para trabalhar ou mesmo ser cliente.
*Por Fatima Bana, consultora de marketing, focada em branding e growth.
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