As livrarias digitais tornaram-se a maior fonte de renda das editoras brasileiras em 2022, representando uma parcela de 35,2% do faturamento total. Esse número é, pela primeira vez, maior que a renda vinda de livrarias físicas (30%). Os dados são do relatório Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, feito em parceria pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), com apuração da Nielsen BookData.
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Livros e livrarias digitais
Não apenas as vendas de volumes físicos em livrarias digitais despontaram, como também houve aumento de consumo de produtos digitais (e-books e audiolivros). Isso aponta uma preferência que se reflete automaticamente no modo de venda – nos últimos 4 anos, o faturamento de editoras em conteúdo digital cresceu 95% em termos reais.
Em 2022, houve o faturamento de R$ 244 milhões em produtos digitais, aumento de 28% em relação a 2021. Isso dá-se principalmente pelo crescimento exorbitante de Bibliotecas Virtuais, cujo faturamento teve um salto de 69%, e crescimento de vendas à la carte, com 8% a mais de unidade do que o último ano.
Feira de livros
Feiras de livros como bienais e eventos literários apareceram pela primeira vez como um dos principais canais de faturamento de editoras. O canal apareceu no quinto lugar, atrás de, respectivamente, livrarias virtuais, livrarias, distruibuidores e supermercados.
Para Dante Cid, Presidente do SNEL, tanto o aparecimento de feiras de livros como a superação de livrarias digitias refletem as culturas e hábitos de leitura dos brasileiros: “Esta edição aponta algumas tendências a serem observadas, como a expansão dos canais digitais de vendas em alguns dos segmentos e o destaque das vendas em eventos literários, que têm apresentado uma excelente participação do público leitor”.
Sevani Matos, Presidente da CBL, acrescenta que as feiras mostram um papel importantíssimo no mercado atual, pois oferecem ao público uma chance de se familiarizar com o ambiente literário e se aproximar de obras e autores.