O Brasil teve um grande crescimento na quantidade de usuários que usaram a modalidade do livestream commerce – ou live commerce, como são chamadas as transmissões ao vivo para venda de produtos e serviços – para comprar produtos online. Entre abril de 2022 e abril de 2023, esse número saltou de 35% para 61%, tornando-se o país da América Latina com mais consumidores do formato. Os dados são de novo levantamento do eMarketer/Insider Intelligence.
“É raro ver um salto tão grande em período tão curto de tempo”, afirma Zia Wigder, chief content officer do eMarketer/Insider Intelligence. Já a Colômbia e o México ocupam hoje a segunda posição como os países com mais consumidores desse formato, com 54% de usuários. No ano anterior, cada um registrou, respectivamente, 52% e 48% dos compradores digitais.
O Social Commerce – como é chamado o comércio feito por meio de mídias sociais – vem ganhando cada vez mais a atenção dos consumidores. Em outra pesquisa pesquisa, “Tendências do Varejo 2023”, da Opinion Box em parceria com a Dito, as redes sociais mais utilizadas para compras são WhatsApp, Instagram, Facebook, Youtube e Tiktok. O estudo ainda aponta que a maioria das experiências nessas plataformas é positiva, com índice de aprovação acima de 70% em todos esses canais.
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Nessas plataformas, está crescendo também o formato do live commerce, ou seja, a venda de produtos e serviços por meio de transmissões ao vivo. Segundo os consumidores entrevistados pela pesquisa, 40% já realizaram compras depois de assistir a uma live commerce de uma marca.
Nova tendência para a Black Friday
Grandes varejistas no Brasil como Magalu e Mercado Livre são algumas das empresas que estão apostando no formato. O Youtube, por exemplo, é uma das plataformas pioneiras que aderiram à modalidade, lançando em 2019 sua transmissão ao vivo “Show da Black [Friday]”. Não à toa, trata-se de uma tendência para a edição de um dos maiores eventos do varejo brasileiro esse ano.
Segundo o “Panorama de Consumo na Black Friday”, elaborado pela Globo, 10% dos consumidores participaram de eventos de live commerce na última edição da Black Friday, em 2022. Para Zia Widger, a modalidade representa uma grande oportunidade para marcas no país, por mais que ainda seja um formato relativamente recente. “Mesmo que essa modalidade ainda esteja dando seus primeiros passos em relação a outros mercados mais maduros, como o asiático (onde o live commerce já está consolidado), varejistas e plataformas devem prestar atenção à afinidade dos brasileiros de comprar produtos após assistir a live streams”, afirma.
Compras em redes sociais crescem com live commerce
Ainda segundo a pesquisa, as principais plataformas utilizadas pelos consumidores digitais no Brasil para fazer suas aquisições são marketplaces, sites e lojas online, aplicativos de lojas, aplicativos “agregadores”, redes sociais, sites classificados e WhatsApp. A expectativa é que a participação das redes sociais nas aquisições, que já representa o canal de um a cada quatro consumidores, deverá crescer também em razão do crescimento do live commerce.
Plataformas mais utilizadas para compras digitais segundo com consumidores digitais no Brasil | % dos respondentes |
---|---|
Marketplaces | 76% |
Websites e lojas online | 76% |
Aplicativos de lojas | 64% |
Aplicativos agregadores | 51% |
Redes sociais | 25% |
Sites classificados | 24% |
18% | |
Outros | 2% |
O estudo do eMarketer/Insider Intelligence ainda aponta que há diferentes ferramentas disponíveis aos vendedores e varejistas para criarem suas próprias transmissões de live commerce. Como explica Widger, não são necessários grandes investimentos. “Não custa uma fortuna testar o livestream. Uma boa maneira de começar é descobrir se é melhor para a empresa trabalhar com influenciadores ou criar novas personalidades que falem exclusivamente para as transmissões ao vivo, como fazem na China”.