Cannes, França – “Ciência sem humanidade” é um dos grandes pecados da humanidade, segundo Gandhi. Com essa provocação, Tony Dongsu Yi, vice-presidente executivo da KT, Korea Telecom, e profissional com carreira bem-sucedida em grandes agências de propaganda na Ásia e Oceania, procurou demonstrar a força inconcebível da Internet das Coisas. Ele fez uma apresentação reflexiva e poderosa no Cannes Lions, com o tema: “As 3 histórias escondidas por trás da Internet das Coisas”, após ser apresentado Aaron Lau, Presidente Internacional da Cheil Worldwide.
Para Tony Dongsu Yi, a IoT significa Internet of Thinking (Internet do Pensamento), aquela pensada e elaborada pensando nas pessoas, com capacidade cognitiva. Aliás, a cognição é o grande novo passo entre as novas tendências mundiais. Depois do storytelling, da Inteligência Artifical, da economia compartilhada, a cognição é a nova corrida do ouro. Ou seja, tornar os sistemas digitais capazes de aprender e de interagir com sentido com as pessoas, nas tarefas mais elementares e cotidianas.
O executivo defende que IoT nada mais é do que comunicação. Mas ainda assim, traz uma nova vida, é uma nova perspectiva para a gestão de marcas no futuro.
Aaron Lau continua a apresentação trazendo uma visão sobre o poder da nova conectividade e as implicações da IoT no relacionamento das marcas com os consumidores. A mídia “paga” como a conhecemos será transformada. Não por acaso, a Cheil é uma das empresas de comunicação com pesquisas mais avançadas sobre o uso inteligente dos dispositivos digitais (as coisas) para facilitar as tarefas humanas e expandir possibilidades.
O publicitário fala claramente que a IoT será um ecossistema de produtos conectados. Nesse sentido, Aaron mostrou uma garrafa de água desenvolvida pela agência que motiva e estimula as crianças chinesas a tomar água. A garrafa traz um “mascote” em uma tela. O “mascote”, que lembra um tipo de polvo flutuando, cria conexões emocionais com as crianças e as estimula a tomar agua regularmente, para que ele se sinta bem. Mais do que isso, a garrafa traz múltiplos sensores que calculam a frequência do consumo de água pelas crianças, se elas podem estar desidratadas e mais.
Pois bem, a resolução do problema não aconteceu com propaganda, mas com uma solução baseada em Internet das Coisas, que então traz soluções fortemente baseadas em dados e conversação. Por isso, a IoT é a Internet of Me. A internet de mim, ela modela a tecnologia em benefício das pessoas, uma nova etapa do mobile branding, permitindo personalização radical, não na oferta, mas na compreensão do momento de cada consumidor. As marcas interpretam e se amoldam às características das pessoas. Essa é a omni-visão. Uma internet que está em todos os lugares, conectando-se com as pessoas, criando novas formas de comunicação e soluções para tornar a vida melhor, reduzindo nossa necessidade de tomar decisões simples, porque elas vão trafegar no domínio digital que se amolda à nossa personalidade. “ciência com humanidade”, atendendo aos apelos de Gandhi.
Mais do que nunca, o futuro é agora e ele vem com a Internet que não é das “coisas”, mas sim minha, sua, de todos nós.
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Conteúdo do Grupo Padrão.