A intenção de consumo das famílias caiu 28,8% em abri, em relação ao mesmo mês de 2015, segundo indicador divulgado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Com isso, a intenção atingiu a mínima histórica, com 73,2 pontos, numa escala de 0 a 200 pontos.
Na comparação com março, a queda foi de 5,5%. Segundo Juliana Serapio, assessora Econômica da Confederação, não há sinais de mudanças nesse horizonte – apenas se houver algum redirecionamento no quadro político. “A reversão desse cenário está diretamente associada a um quadro político e econômico mais estável”, afirmou, em nota.
Segundo ela, a deterioração do índice é reflexo do elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego.
Todos os componentes da pesquisa sofreram variação negativa. Os componentes ligados às compras foram os que apresentaram as maiores quedas, com destaque para o consumo de bens duráveis, que registrou recuo de 10,1% na comparação mensal e de 43,6% em relação a abril de 2015.
A maior parte das famílias, 74,8%, considera o momento atual desfavorável para aquisição desse tipo de bem. O índice ficou em 44,5 pontos.
Com 49 pontos, o Nível de Consumo Atual teve uma queda de 8% em relação a março e de 38,3% na comparação anual. A maior parte das famílias, 62,6%, declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado. Já o componente Compra a Prazo caiu 3,8% na comparação mensal e 34,5% em relação a abril de 2015.
Os indicadores relacionados ao emprego foram os que tiveram menor queda. Emprego Atual foi o subíndice que apresentou o menor recuo, com retração de 2,7% em relação a março e de 15,7% na comparação anual. O percentual de famílias que se sente mais segura em relação ao emprego é de 30,1%. Apesar da redução contínua do componente, este é o único que ainda permanece acima da zona de indiferença, com 102,8 pontos.
O subíndice Perspectiva Profissional caiu 6% em relação a março. Já na comparação com abril de 2015, o recuo foi de 15,9%. Dentre 18 mil entrevistados, 47,1% consideram negativo o cenário para os próximos seis meses.
Com isso, a CNC mantém a projeção de queda nas vendas de 4,5% no conceito restrito e de 8,8% no varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção.