Hoje, a tecnologia pode ser uma aliada para quem precisa de um help até nas horas mais íntimas. Tanto é que muitas pessoas já utilizam bonecos robotizados com inteligência artificial em relações sexuais e outros serviços online para interagir sexualmente à distância.
Henry é um dos robôs projetados para satisfazer desejos sexuais. O modelo desenvolvido pela Realbotix é o predecessor de Harmony, um robô em versão feminina que usa inteligência artificial para entender os desejos do seu parceiro, ou dono, como preferir chamar.
O fundador e CEO, Matt McMullen, deixou a entender que Henry é um modelo de robô com “alma” feminina. Ainda em fase de testes, ele diz algumas coisas que são esperadas socialmente de uma mulher e é isso que os desenvolvedores tentam aprimorar no momento.
O que muitos não sabem é que a tecnologia do momento, a inteligência artificial, está mudando também a dinâmica no mundo dos filmes pornográficos.
Outro uso da inteligência artificial se dá nos sites de entretenimento adulto, como Pornhub, YouPorn e XVideos. As empresas utilizam a IA para entender o que seus assinantes gostam de assistir e assim criam sugestões melhores e personalizadas para cada um deles com base em atores, atrizes, gênero e até posições sexuais. O usuário poderá avaliar as recomendações para otimizar o machine learning da tecnologia.
Personalização de conteúdo adulto
Um dos maiores portais de conteúdo adulto do mundo, o Xhamster, é pioneiro no reconhecimento facial via IA em vídeos nessa indústria. O site já é capaz de identificar o nome de atores e atrizes para seus usuários e ainda disponibiliza uma porcentagem de probabilidade ao lado do nome da estrela pornô.
Já o YouPorn se dedica exclusivamente ao conteúdo recomendado. O objetivo do site consiste no oferecimento de um feed personalizado semelhante ao da Amazon e Netflix, que se caracteriza conforme a pessoa assiste e busca conteúdos de seu interesse.
Deepfake e vídeos pornô falsos
Recentemente, uma polêmica foi levantada em torno do deepfake, tecnologia disponibilizada por meio da inteligência artificial capaz de ler as expressões faciais com base em vídeos e fotos existentes de qualquer pessoa e inserí-los em outras cenas com uma perfeição nunca vista antes. Isso criou uma onda de vídeos falsos de celebridades e gerou comoção, polêmicas, processos e, inclusive, discussões legislativas sobre o uso da tecnologia.
A Deeptrace é uma startup desenvolvida para oferecer soluções que consigam impedir o avanço do deepfake. Uma das tendências preocupantes apontada pela empresa é o crescimento constante dessa tecnologia e o seu acesso que se torna cada vez mais público.
O Zao App, por exemplo, é um aplicativo chinês que entrega essa possibilidade para todos com download gratuito na Play Store. A preocupação se estende inclusive às eleições americanas de 2020 que podem ser afetadas com apenas um pequeno vídeo.
Fantasias de uma inteligência artificial
O entusiasta e pesquisador de IA, Jake Elwes, apresenta em seu site uma rede neural convolucional capaz de ler e extrair todo o conteúdo explicito do Yahoo e cria um “novo” filme pornô com base em tudo o que viu. Como se a tecnologia fosse capaz de imaginar e fantasiar sexualmente. Com base nisso foi criado um vídeo chamado Machine Learning Porn que traz diversas cenas abstratas que se assemelham as sinapses criadas pelo cérebro humano (bizarro).
A IA como aliada
Em dezembro no ano passado, o Tumblr anunciou a remoção e a proibição de todo o conteúdo pornô em sua plataforma. A mídia social era uma dos maiores oásis de pirataria da indústria pornô online. A empresa escolheu uma IA para efetuar a limpeza e manutenção da proibição. Acontece que a tecnologia passou do limite e começou a remover fotos de vasos, paisagens e conteúdos randômicos.
Ainda há um argumento muito grande que barra, por exemplo, a IA que possa definir o que é um conteúdo obsceno ou não. O Facebook tem usado a tecnologia para impedir a disseminação do “revenge porn”, ou seja o pornô de vingança, quando um usuário divulga fotos intimas de outro para se vingar de algo. O que acontece é que algumas publicações “aceitáveis” também já foram sinalizadas pela IA da rede social.
Segundo especialistas, o mais difícil é determinar o que é obscenidade ou não. Brian DeLorge, CEO da Picnix – empresa desenvolvedora de uma IA que bloqueia pornografia destaca que várias imagens que contém elementos presentes em imagens pornográficas acabam sendo lidas pelo sistema como obscenidades.
“É muito difícil treinar um algoritmo de reconhecimento de imagem para ser uma tecnologia abrangente em larga escala”, declara em depoimento ao The Verge. O especialista aponta que como a definição do que é ultrajante e obsceno é difícil para humanos, isso a torna igualmente dificultosa para a máquina.
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