Falar de inovação, na visão de Romeo Busarello, diretor de Marketing da Tecnisa, é como imaginar uma festa: você consegue fazer uma festa sem dinheiro, mas não consegue fazer uma festa sem amigos. Conexões, networking, pessoas capacitadas ao redor – uma chave crucial para construir inovação. Durante a Visita Criativa na empresa realizada durante o Whow! Festival de Inovação, o executivo deu uma aula de inovação a todos que estavam presentes.
“Precisamos de conversas relevantes no nosso cotidiano para que a inovação seja possível. É da troca que as melhores ideias surgem”, acredita. Afinal, é aquela velha história: podemos aprender com os erros e acertos dos colegas. Modelos de negócio que foram testados e falharam mostram o caminho que outros empreendedores não devem seguir.
Uma frase do presidente da P&G, Alan George Lafley, representa bem essa tese: “Quanto mais conexões, mais ideias e quanto mais ideias, mais soluções”. Um ponto importante sobre esse assunto, conforme lembra Busarello, é o fato de que, nesse ecossistema, as empresas se ajudam. É um ambiente colaborativo – não existem hunters. A troca de conhecimento é vital e faz a roda girar.
A arte de se reinventar
Quando o assunto é inovação, os profissionais precisam ter uma consciência: o esforço é contínuo. “Nos últimos dois meses eu tive 34 reuniões sobre assuntos que são totalmente fora do meu escopo de trabalho. E eu preciso me envolver com isso senão estou fora da agenda do século XXI”, garante o diretor de marketing.
É preciso estudar, testar modelos, buscar ideias para que o frescor nunca abandone os passos dos negócios. O grande desafio, nesse sentido, é encontrar profissionais capacitados – a busca por talentos nunca foi tão latente nas organizações. Por isso, parcerias são fundamentais. Essa é uma das razões para a Tecnisa investir no Fast Dating, um encontro de 10 minutos realizado na empresa para que outras companhias, com interesse em trabalhar junto a empreiteira, apresentem seu modelo. Se a organização se interessar, marca uma nova reunião para discutir uma possível parceria.
“É importante que o ambiente inovador dê oportunidades, traga a possibilidade de construir junto”, analisa Busarello. Mais de 700 empresas já passaram pela sala de reunião da Tecnisa para mostrar suas soluções. “Inovar é um exercício de paciência”, diz.
Resiliência
Buscar novos modelos é um caminho frutífero. No entanto, o executivo garante que não é fácil. “Lidamos diariamente com três Fs: frustração, fricção e falha”, aponta. Isso porque existem muitas barreiras. Muitas empresas buscam a inovação, mas, na verdade, não querem passar pelas mudanças que isso exige. Querem o milagre, mas não querem a reza, como brinca o especialista.
Tudo passa por uma mudança de mindset. É preciso pensar diferente – ou nenhuma ideia nunca será o bastante para tirar a empresa do lugar de conforto. “Precisamos entender que a inovação nem sempre mexe no ponteiro de vendas. Ele pode mexer com a satisfação do cliente, com engajamento, com o propósito da marca – que indiretamente gera mais vendas”, argumenta. A lição é bastante clara: não basta buscar inovação, é preciso estar aberto para tudo que a inovação demanda dentro das empresas. E geralmente isso quer dizer sair da zona de conforto – um desafio que não é para todos.
A primeira edição do Whow! Festival de Inovação, organizado pelo Grupo Padrão, que publica Consumidor Moderno, acontece em mais de 70 lugares de São Paulo. Acompanhe a cobertura aqui e nas redes sociais com a #WhowFestival!