Todos falam de startups quando o assunto envolve aceleração de estratégias de inovação, mas a verdadeira urgência está em acelerar e dimensionar a inovação empresarial. É por isso que é hora de discutir o que muitas corporações da Grupo Global 2000 estão perguntando: “O que vem a seguir?” Um novo modelo, já adota por empresas como Unilever e Visa, surgiu nos últimos anos: uma abordagem baseada em software que dá às empresas um caminho mais no contexto de uma empresa com novas capacidades. Como resultado, esses modelos estimulam os resultados sem sobrecarregar a organização como um todo.
Fabiane Hansen, Head de Inovação e Design de Produtos da Mercedes-Benz EUA, Sasha Lucas, Vice-Presidente de Digital da Verizon, Tarah Malhora Feinberg, Chief Customer Officer da Kite e Gregory Reed, Vice-Presidente de Parcerias de Tecnologia da Universal Home Entertainment falaram sobre a maneira como eles montaram e administram esses programas, seus aprendizados e sucessos, e como eles estão escalando para aumentar o número de resultados.
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E por que a inovação ficou tão confinada nos mundo das startups? É necessário ter foco em na predisposição de criar uma disrupção interna, profunda nas organizações que normalmente se movem de forma lenta. O momento é de acelerar a inovação corporativa no cenário de empresas incubentes.
Sasha Lucas, da Verizon, tem uma empreitada monumental: tornar uma empresa de telefonia mais centrada no consumidor, priorizar novas unidades focadas em produção de inovação, utilizar design para entender de onde pode vir a inovação mais qualificada para tornar a corporação mais ágil. O caso da Universal, vinculada à Comcast também representa um bom desafio, em tempos de ascensão do streaming. Ecossistema é a estratégia central das corporações, como enfatizou Fabiane Hensen da Mercedes-Benz, para estimular a produção de inovação em escala e para assimilar novos padrões, ganhar flexibilidade e adaptabilidade para cenários. de mudança.
Segundo Gregory Reed, da Universal, uma das ações é a criação de times específicos, com missões bem definidas. E em um mundo repleto de startups, com suas ações e produtos, como uma empresa pode estimular novas ideias, pode gerar inovação em larga escala e que superem constrangimentos legais, o excesso de políticas restritivas definidas pela área jurídica? O fato é que a inovação depende de autonomia, e esse espírito depende das pessoas que a empresa quer contratar. Empresas realmente inovadoras têm umm processo de contratação que prioriza pessoas com capacidade de tomarem decisões rápidas, que gostam de prototipar.
Quando a inovação acontece
É fácil falar que todas as áreas da empresa devem recebermos ventos e a energia inovadora. Na prática, isso é mais complexo, mas ainda assim, imprescindível. Toda empresa precisa encontrar formas de engajar os colaboradores e testar novos modelos de trabalho para fazer as coisas acontecerem.
Grandes empresas têm muitos recursos, o que as diferencia das startups. Tarah Feinberg, da Kite comenta o quanto o surgimento de novas tecnologias causa ansiedade nas empresas – RA, Rv, IoT, IA – e é quase impossível reagir de modo sistemático diante da pressão de ser inovador. Sasha Lucas diz que uma boa premissa é procurar utilizar inovação para ser relevante o cliente. O consumidor é sempre o melhor ponto de partida. “Até que ponto utilizar Realidade Virtual no negócio é importante para o cliente?”Fabiane concorda: “todos agora começam a falar desmanchei-me learning. Mas essa tecnologia é realmente importante para o. seu negócio? Em que sentido e em que profundidade?” A inovação precisa de um objetivo e não pode ser um fim em si mesma. SE um simples chatbot trouxer um ganho significativo para o cliente, ele é a melhor inovação do momento.
Feinberg acredita que as empresas precisam ter filtros para não se deixarem levar pelas “buzzwords”, pelo ruído em torno uma nova tecnologia. As empresas precisam avaliar se conseguem criar soluções completas e abrangentes, tendo em vista seu porte e tamanho, as plataformas, e métodos para testar e retestar cada tecnologia tendo a necessidade de gerar bons resultados.
A Kite de Feinberg, funciona como uma plataforma de inovação aberta que justamente ajuda empresas a produzirem inovação em escala, acelerando a colaboração do time. E plataformas são requisitos essenciais para disciplinar os processos de inovação. Grandes empresas fazem com que seus times tenham muito tempo despendido tarefas cotidianas, o que limita a dedicação à produção de inovação. Criar indicadores é outra ação essencial para que as empresas possam promover testes e avaliar quais deles trazem bom potencial e quais falharam. E uma empresa precisa entender o que deu errado, tem mais compromissos com o que falha.
Sucessos e fracassos
Métricas de sucesso, aumentos de vendas, retorno dos consumidores, engajamento, recorrência de compra, são essenciais em processos de inovação. E se o sucesso de uma inovação acontecer de fato? E como isso é compartilhado e deve ser socializado pela organização? As pessoas são sensíveis ao storytelling e a história do sucesso tem grande capacidade de engajamento. E no caso de um fracasso, vale sempre ser o líder que esteja pronto para dizer porque a equipe deve seguir adiante. A falha e o fracasso acompanham quem inova e é isso que torna uma vitória um acontecimento memorável.
Respeitar o trabalho das pessoas, o tempo gasto no desenvolvimento de uma inovação, entender que sucessos e fracassos são parte da vida de uma empresa devem ser parte da cultura de empresas inovadoras. Todas as áreas da empresa que se relacionam à produção de inovação são responsáveis pelo seu bom andamento.
Os executivos consideram que IA, chatbots e machine learning são tecnologias de grande capacidade de engajamento e prometem ser até mesmo game changers no curto prazo. Há muitos projetos em desenvolvimento a partir dessas tecnologias.
A inovação corporativa precisa acontecer, mesmo que sob a sombra da gestão de riscos e das limitações impostas pelo fato da empresas ser o que é por conta de seu legado. Inovação em larga medida é ruptura com o legado. Ainda assim, é necessário que a empresa inove e promova inovação em escala e seja tolerante com eventuais fracassos. A cultura de uma startup representa o risco de um negócio que não existe nem vir a existir. Mas o risco de uma empresa, diante de uma inovação de amplo espectro e larga escala que redunde em fracasso, é deixar de existir. A partir dessa base, a inovação nas empresas deve incorporar metodologias colaborativas, alinhamento de propósito, indicadores de qualidade e avaliação, tolerância com o erro e menor apego ao produto perfeitamente acabado. Inovação é processo sempre em construção, de aprendizado, sempre dependente do retorno do cliente. Nem sempre uma empresa conseguirá que a inovação seja disseminada de forma holística por todas as áreas. Talvez, a inovação seja apenas uma disciplina e não um propósito. Seja como for, a inovação precisa ser praticada incansavelmente.