Após apresentar o pior resultado semestral dos últimos três anos, o número de consumidores com contas atrasadas e registrados nos cadastros de inadimplência voltou a subir. Em julho o aumento foi de 4,47%, na comparação com o mesmo mês de 2014. Já o número de dívidas em atraso teve uma variação positiva de 4,99%, também na comparação anual.
Os dados foram divulgados hoje (11) pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
De acordo com o levantamento, depois de registrar queda no número de dívidas em junho, o indicador avançou 0,07% e o número de devedores em atraso, que havia ficado estável no mês passado, aumentou 0,38% em julho.
Para Honório Pinheiro, presidente da CNDL, os dados anuais mostram que o aumento da inadimplência tem acelerado desde o início de 2014. “Agora a situação é bem mais complicada, devido à confluência de fatores negativos e uma perspectiva pior para a situação econômica”, explica o presidente. “Neste momento, o varejo precisa vender mais e contar com o poder de compra do consumidor sem dívidas, apto a consumir?, comenta Pinheiro.
As instituições estimam que, em julho deste ano, 57,0 milhões de consumidores estejam listados em cadastros de devedores inadimplentes em razão de pendências com atraso de pagamento, tanto com empréstimos bancárias quanto com contas de serviços e pagamentos ao comércio. ?Isso significa que, praticamente, quatro em cada 10 brasileiros adultos têm o nome sujo?, disse o presidente da CNDL.
O estudo mostrou também que o Indicador Regional de Inadimplência do consumidor registrou a maior alta na região Centro-Oeste do País, na comparação anual: 5,70%. Na outra ponta, o Norte apresentou o crescimento anual mais modesto do número de pessoas inadimplentes, de 2,99%.
Em termos de participação, o Sudeste continua concentrando a maior parte dos devedores do brasileiros: 39,88% do total de inadimplentes. Em seguida aparece o Nordeste (25,97%) e o Sul (12,93%). Também no indicador de dívidas em atraso, é o Sudeste que segue concentrando a maior parte das pendências atrasadas (40,61%), seguido pelo Nordeste (24,80%) e pelo Sul (14,55%).
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, o aumento de pessoas negativadas de forma generalizada em todo o Brasil reflete a piora do cenário macroeconômico nos últimos meses. “A pressão exercida pela fraca atividade econômica combinada com o aumento dos índices de desemprego têm impactado na capacidade dos brasileiros pagarem suas dívidas em dia”, explica a economista.
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