Até o dia 11 de maio, o brasileiro já havia pago 800 bilhões;. Neste ano, esse patamar foi atingido 14 dias antes do que no ano passado. Esse é um exemplo de como o trabalho do cidadão do Brasil costuma ser direcionado ao governo e não a bens próprios, ou desenvolvimento pessoal. Outra prova disso é que, em 2017, os brasileiros vão trabalhar aproximadamente 153 dias apenas para pagar impostos. Ou seja, na prática, é como se a população só começasse a receber seu salário, de fato, a partir de junho.
Atualmente, trabalha-se o dobro do que na década de 1970 para pagar a tributação. A estimativa é feita pela Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem (CDL Jovem), com base em estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Para chamar atenção para essa alta carga tributária, a CDL Jovem realiza a 9.ª edição do Dia da Liberdade de Impostos (DLI). A ação acontecerá no dia 1.º de junho, em diversos Estados do País.
A campanha destaca que os tributos são equivalentes aos de países desenvolvidos, com a diferença de que aqui o retorno em serviços públicos, como saúde, educação e segurança, é muito baixo. “Mais de 40% dos rendimentos são destinados a impostos, e, em nossa opinião, esse porcentual não é razoável, especialmente porque prejudica o poder de compra dos cidadãos”, defende o coordenador da campanha DLI nacional e presidente da CDL Jovem DF, Raphael Paganini.
No total, 12 Estados e o Distrito Federal aderiram à campanha. Em Brasília, a ação inclui a venda de 45 mil litros de gasolina por R$ 2,14 o litro, preço que seria cobrado caso não incidissem tributos distritais e federais – atualmente, o combustível custa em torno de R$ 3,39 nos postos mais acessíveis da cidade. “Os impostos não deixarão de ser pagos, mas esse custo será bancado pelos patrocinadores, e não repassado aos consumidores”, explica Paganini. “Não se trata de uma promoção, mas de uma ação para conscientizar”.
Campanha
A CDL Jovem, por meio do DLI, defende a simplificação tributária no Brasil. “Apoiamos Projetos de Lei com esse propósito, para que o consumidor saiba quanto paga de impostos em cada produto que compra, com mais transparência”, afirma. Para a entidade, um imposto único – ou medida similar – tornaria o cálculo mais fácil, e, consequentemente, os cidadãos teriam recursos para exigir a diminuição da carga. “Assim, todos ganham: o País fica mais interessante para as empresas operarem aqui, o que leva ao aumento da concorrência, que, por sua vez, aumenta a oferta de empregos e o consumo.”
Em 2016, foram vendidos 30 mil litros de combustível sem impostos em dois postos do Plano Piloto. “Queremos atingir e beneficiar cada vez mais pessoas de diferentes regiões administrativas do DF, e estamos abertos a novas parcerias para os próximos anos”, afirma o presidente. Cada consumidor poderá abastecer até 20 litros, e o pagamento deverá ser feito em dinheiro.
Os Estados participantes serão Goiás, Mato Grosso, Amazonas, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Amapá, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.