A conexão rápida e eficiente se tornou fundamental para conquistar e fidelizar consumidores. Nesse cenário, o uso da Inteligência Artificial (IA), chatbots e do WhatsApp tem se consolidado como uma ferramenta indispensável para marcas que buscam inovar no relacionamento com seus clientes. Combinado à IA, o aplicativo de troca de mensagens transforma a forma como as empresas interagem. Além disso, oferece experiências personalizadas, respostas em tempo real e soluções práticas para dúvidas e problemas. Essa integração não só otimiza o atendimento, mas também impulsiona o Customer Experience (CX) ao criar vínculos mais fortes ao colocar o consumidor no centro das estratégias digitais
No universo do marketing digital, o WhatsApp e IA têm se consolidado como ferramentas poderosas para transformar a interação entre marcas e consumidores. Dois projetos recentes, envolvendo a atriz Deborah Secco e a Petlove, destacam como a criatividade aliada à tecnologia pode criar experiências únicas, engajar públicos e gerar resultados expressivos.
Deborah Secco no Dia do Beijo
O primeiro case apresentado foi protagonizado pela Unilever, que utilizou o WhatsApp para uma ação ousada e inovadora da marca Closeup no Dia do Beijo. Tudo começou com um tuíte da atriz Deborah Secco: “Hoje acordei com vontade de beijar na boca.” A publicação rapidamente viralizou, alcançando grande repercussão em redes sociais, sites de entretenimento e influenciadores.
A ideia foi transformar esse “buzz” em uma campanha interativa. A marca usou a IA para lançar um chatbot no WhatsApp que simulava a conta da atriz, incentivando fãs a enviarem cantadas criativas, tanto em texto quanto em áudio. Em troca, recebiam respostas personalizadas gravadas pela própria Deborah, o que tornava a experiência ainda mais imersiva.
“Recebemos mais de 3 mil cantadas em apenas 72 horas”, conta Renata Petrecca, gerente sênior de Mídia e Mensuração na Unilever, durante o Meta Festival. “Toda a interação tinha que ser feita de uma forma muito ágil, para não perdermos o burburinho que gerou”.
Ao final da campanha, a cantada mais criativa foi escolhida, resultando em um encontro real entre Deborah e uma fã. Toda a experiência foi documentada e divulgada em vídeos que registraram altos índices de engajamento. “Acompanhamos o aumento do volume de vendas no período e o reconhecimento da marca dentro do segmento de oral care, além das taxas de engajamento”, comenta Renata. “Além disso, como Closeup estava há um bom tempo fora do ar, precisávamos voltar com uma ação de alto impacto. Com a campanha, tivemos 57% do valor recapitalizado em relação ao que investimos”, relata. O chatbot teve uma grande taxa de retenção: 94% dos consumidores que iniciaram a jornada realizaram toda a experiência do funil de vendas.
Petlove e a IA no atendimento e vendas
Outro exemplo marcante de inovação foi apresentado por Virgílio Spena, diretor de Digital da Petlove. A empresa, conhecida por pioneirismos como o primeiro e-commerce e plano de assinatura no segmento pet, utilizou IA para otimizar a jornada do cliente via WhatsApp. O chatbot da Petlove vai além do atendimento tradicional, adotando uma abordagem proativa na coleta informações do consumidor para personalizar recomendações e ofertas.
Além disso, a ferramenta usa áudios gravados para explicar detalhes de condições médicas ou oferecer soluções complexas, um diferencial que se alinha ao hábito brasileiro de preferir mensagens de voz. A adoção do WhatsApp como canal de vendas trouxe resultados significativos: o custo de aquisição de clientes (CAC) foi reduzido, e o bot se tornou uma peça-chave para divulgar produtos pouco conhecidos, como o plano de saúde para pets, uma categoria ainda incipiente no Brasil.
O futuro do WhatsApp e da IA no marketing
Renata, da Unilever, enfatiza que o uso do WhatsApp no Brasil é estratégico devido à sua popularidade: cerca de 99% dos brasileiros com smartphones utilizam o aplicativo. Para ela, o futuro está em explorar cada vez mais o potencial da ferramenta, integrando-a a toda a jornada do consumidor, desde o primeiro contato até a conversão final. “A Unilever tem um compromisso de estar onde os nossos consumidores estão”, pontua. “Como temos marcas muito grandes, para que elas continuem relevantes, elas devem estar em um ambiente como este”, complementa.
Para Virgílio, da Petlove, o aprendizado gerado por essas interações é um ativo valioso. “Queremos usar cada vez mais recursos nativos do WhatsApp, do catálogo de produtos ao pagamento, e ter jornadas mais personalizadas. Queremos que o aplicativo seja também um assistente virtual da pessoa com o pet dela”, finaliza.
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