Escalar a produção de vídeos e atender nova demanda de clientes do mercado financeiro por conteúdo em formato audiovisual. Esse foi o ponto inicial da nova iniciativa do banco suíço UBS com a criação de avatares realistas de seus analistas.
A novidade está utilizando modelos da OpenAI em parceria com a plataforma Synthesia. Segundo o banco, há um crescente interesse dos clientes por conteúdos em formato audiovisual — especialmente impulsionado pela popularidade de plataformas como TikTok.
Supervisão humana
Segundo informações do próprio banco, os analistas participam voluntariamente do programa. Eles entram em estúdios onde a Synthesia registra aparência e voz, criando avatares digitais semelhantes a vídeos gerados por tecnologia de deepfake. Com a ajuda de um modelo de linguagem, é possível gerar automaticamente um roteiro a partir dos relatórios escritos. Os analistas revisam o script antes que o conteúdo seja transformado em vídeo e enviado aos clientes.
O projeto foi lançado em caráter experimental em janeiro de 2025, com a meta de produzir cerca de 5 mil vídeos por ano. No entanto, a implementação teve que ser ajustada para alguns colaboradores devido a desafios da tecnologia em lidar com diferentes “sotaques” dos avatares na produção do material.
Cuidados e uma tendência audaciosa
Apesar das semelhanças com deepfakes, o UBS afirma que preza pela transparência. O banco diz que todos os vídeos trazem um aviso informando que o conteúdo foi criado com IA, e nenhum material é distribuído sem a aprovação do analista envolvido.
A iniciativa marca um passo audacioso no uso crescente da IA generativa no setor financeiro. Recentemente, a startup Rogo — criadora de um chatbot que simula um banqueiro de investimentos — levantou US$ 50 milhões em rodada liderada pela Thrive Capital, alcançando uma avaliação de US$ 350 milhões.