A discussão sobre crianças e adolescentes que ficam mais vulneráveis na internet é antiga e cada vez mais as empresas têm encontrado maneiras de trabalhar a privacidade desse público. Afinal, apesar de mais vulneráveis, são eles os mais conectados e, portanto, trazer políticas de segurança que não restrinjam tanto o uso da conexão é uma tarefa difícil.
Foi pensando nisso que o Google anunciou, nesta terça-feira (10) suas medidas para tornar a experiência de crianças e adolescentes mais segura na internet. As mudanças vieram em inúmeras frentes da companhia com foco nos usuários com menos de 18 anos, incluindo Google Search, YouTube, Google Imagens e Google Assistant.
Em post no blog da Google, James Beser, diretor de gerenciamento de produtos do YouTube, destaca que as mudanças vêm em prol da educação dessas pessoas. “Queremos ajudar os usuários mais jovens a tomar decisões informadas sobre sua pegada online e privacidade digital, incluindo incentivá-los a fazer uma escolha intencional se quiserem tornar seu conteúdo público.”
Quais são as mudanças para o Youtube?
No caso do Youtube, as mudanças são maiores. Para postagens, os usuários com menos de 18 anos ou seus responsáveis legais terão como configuração padrão deixar vídeos disponíveis a eles mesmos e outras contas selecionadas, como forma de evitar a exposição infantil. Caso haja a intenção de deixar o vídeo disponível ao público, o usuário terá que mudar as configurações da conta. Para além das publicações, crianças e adolescentes terão o autoplay removido das configurações.
Na plataforma Youtube Kids, conteúdos muito comerciais — vídeos de unboxing com foco na publicidade do produto — perderão espaço e serão removidos. E para todos os usuários do Youtube abaixo dos 18 anos, a partir de determinado tempo de uso, aparecerão lembretes para dar pausas nos vídeos e praticar outras atividades, ou mesmo ir dormir, dependendo do horário.
O que muda no Google para usuários com menos de 18 anos?
O primeiro ponto na lista de mudanças para os usuários mais novos está relacionado à publicidade. Segundo a companhia, agências e anunciantes não poderão usar o algoritmo para segmentar seus anúncios a esses usuários de acordo com seu gênero, interesses e idade. Outros anúncios de categorias sensíveis à idade estarão restritos — é importante destacar que o Google ainda não destacou quais são essas categorias.
Para o Google Imagens, a companhia pretende reduzir o acesso a conteúdos sensíveis, por meio do SafeSearch, bem como promover mais privacidade das crianças e adolescentes. Dessa forma, usuários abaixo dos 18 anos poderão solicitar a remoção de suas imagens para que não apareçam nos resultados. É importante ressaltar que a remoção não é tão eficiente para retirar a imagem de toda a internet, mas já é um caminho para reduzir o acesso de terceiros.
Além das imagens, o Google também reforçou a política de privacidade dos usuários. Crianças e adolescentes não poderão, por exemplo, ativar o histórico de localização em suas configurações da conta Google. Para os assistentes inteligentes, tais como o Google Assistant, haverá filtros para notícias, podcasts e páginas da web.
No Google Play, todos os aplicativos terão uma aba para explicar aos usuários e famílias o que é feito a partir dos dados cadastrados para efetuar o download de um app, como uma forma de trazer também maior segurança.
Vale destacar que as demais mudanças ainda serão anunciadas pela empresa na próxima semana.
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