Clientes denunciaram e o Mercado Municipal de São Paulo mudou as regras para a abordagem de comerciantes que vendem frutas. A ideia foi evitar a intimidação e o constrangimento dos visitantes, que relataram estarem sendo enganados no que ficou conhecido como “golpe da fruta”. A “malandragem” consiste em oferecer bandejas por um valor e na hora de pesar, colocar outro preço pelo quilo. Nas redes sociais, os clientes disseram ainda que quando reclamaram, chegaram a ser ameaçados por alguns lojistas.
Entre as novas normas estabelecidas pela administração, está proibido abordar clientes com facas de metal nas mãos, é recomendado manter pelo menos um metro de distância do consumidor e fica proibida a abordagem múltipla de vendedores a um mesmo cliente. Apesar das mudanças anunciadas no início deste mês, quem vai ao Mercadão hoje ainda tem que lidar com a insistência e persuasão de vendedores. Sem contar, que muitas bandejas seguem sendo oferecidas com o triplo do valor de mercado, mascarado por anúncios de promoções imperdíveis.
O Mercadão diz que está atuando na conscientização dos vendedores, aumentando a fiscalização e trabalhando para acabar de vez com o “golpe da fruta” e as práticas consideradas abusivas pelos consumidores. As denúncias que ganharam mais repercussão nas redes sociais nos primeiros meses deste ano não são uma novidade. No ano passado, lojistas chegaram a ser advertidos e boxes de comércio de frutas foram interditados após reclamações recebidas pelo SAC do Mercadão e pelo Procon-SP.
A má conduta de parte dos comerciantes, acaba afetando os vendedores de frutas como um todo, que passam a ser vistos com maus olhos pelos visitantes. Os lojistas reforçam que o “golpe” é praticado por uma minoria e que isso não pode manchar a imagem do tradicional mercado.
Em nota à imprensa, a administração do Mercado Municipal de São Paulo afirma que:
“Hoje é possível dizer que, com mais de 265 estabelecimentos e com quase 90 anos de história, os lojistas passaram a entender que o Mercadão de São Paulo não pode estar alinhado com esta imagem.
Se estamos falando de alguns locatários/lojistas que praticaram algum tipo de abuso ou irregularidade, podemos entender que se tratava de uma minoria, que hoje está atenta às condições necessárias e imperativas para trabalhar no Mercadão.
A fiscalização pela Mercado SP SPE, dentro dos limites legais que possui, na condição de locadora dos espaços, continua e é diária. E, se por acaso os lojistas voltarem a ter práticas como as de antes, nossa gestão continuará atenta e proativa na coibição dessas práticas. E tomará, como última medida, a retomada do espaço do lojista infrator, através da competente ação de despejo”
Os consumidores que forem ao Mercadão e se sentirem lesados de alguma forma podem recorrer ao Procon-SP, registrando sua denúncia no site oficial do órgão. Cobrar valores elevados, incorretos ou por produtos oferecidos inicialmente como para degustação, são apenas alguns exemplos de violação ao Código de Defesa do Consumidor.
A queixa também pode ser feita à administração do Mercado Municipal através do e-mail [email protected] e pelas redes sociais @nossomercadao. Segundo a concessionária Mercado SP SPE S.A., as multas aplicadas aos lojistas variam de 10% a 100% do valor da locação do box do lojista.
O “Golpe da Fruta”
O que acontece com frequência no Mercadão é dos vendedores de fruta convencerem os clientes de optarem pela compra por unidade ao invés de por quilo, alegando que a compra sairá mais barata, o que não é verdade. É importante que o cliente fique atento, faça as contas e compare antes de fazer a sua escolha.
Outra estratégia é confundir o consumidor com uma série de números e valores, associados ao peso dos alimentos. Falar o preço da grama e cobrar por quilo é uma das estratégias usadas. Sem colocar no papel, o cliente muitas vezes fica confuso, não acompanha o raciocínio. Em caso de compras maiores, principalmente, o consumidor acaba pagando o valor final sem entender como esse valor foi construído.
Mentir sobre o valor na hora de convencer o cliente também é uma das formas de dar o golpe. A vezes é feita uma promoção por 100 gramas, você compra 200g e na hora de passar no caixa, é cobrado o equivalente a 400 gramas, quando levado em conta o preço oferecido inicialmente. Com tudo na mão, o cliente muitas vezes fica constrangido de voltar atrás, acaba negociando e ainda assim comprando o produto com o preço maior do que o pretendido.
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