Antes, a televisão, o jornal, a revista. Hoje, todos os meios possíveis. É esse o principal cenário que a publicidade precisa encarar atualmente. Os Millennials, principal tema do Conarec 2017, não dão tanto valor às campanhas de TV quanto seus pais e avós costumavam dar. Por isso, a adaptação aos meios e ao dinamismo é indispensável. A boa notícia é que a publicidade está preparada para isso: esse segmento sempre teve a cabeça aberta para mudanças.
Não por acaso, Luiz Sanches, sócio e diretor-geral de criação da AlmapBBDO, enxerga os Millennials como “uma geração de pessoas fascinantes”. Ele nasceu em 1971 e afirma: “a geração Y tem um comportamento bem mais interessante que a minha geração – são mais intuitivos, mais incomodados, mais altruístas”. Ao contrário de muitas pessoas, o executivo não vê a geração Millennial como uma geração de mimados. “São adultos, maduros e conscientes. E estão no apogeu da sua capacidade física e individual”, diz.
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Além disso, ele aponta que os Millennials são muito mais desapegados e, talvez por isso, vivem uma vida mais leve e livre. “Como consumidores, são agentes de uma profunda mudança na linguagem da comunicação, na medida em que não apenas recebem as mensagens comerciais, mas as discutem e, muitas vezes, interferem naquilo que já foi veiculado”, afirma. Majoritariamente, são idealistas práticos – porque vivem, na prática, aquilo que defendem. “É uma geração fascinante também porque conduz seu caminho. São donos do próprio padrão”, diz.
Empresas e jovens
Nesse sentido, o executivo, que participará do painel “Quero ser Millennial! Tirando a camisa de força da empresa tradicional para se conectar ao novo consumidor”, defende que toda empresa deve entender e se adequar ao modo como os Millennials veem a vida. Essa opinião se justifica, primeiro, porque essa é uma geração numerosa. Depois, porque se trata de quase metade da população economicamente ativa hoje no mercado.
“Observando o comportamento dos Millennials e como sócio de uma empresa, eu entendo que para reter talentos dessa geração precisamos oferecer mais do que apenas um bom ambiente de trabalho e condições financeiras justas e satisfatórias”, aponta. “As empresas precisam demonstrar (e praticar) princípios que transcendam a atividade matriz, ter uma razão que seja maior do que apenas manter ou suplantar posições de crescimento no mercado”. Ou seja, é preciso sinalizar claramente um propósito.
Além disso, esse propósito precisa estar alinhado com aquilo que pensam os Millennials da equipe. “É preciso dar oportunidades para que esses talentos se expressem, arrisquem, implantem visões nem sempre coerentes com o seu ponto de vista”, argumenta.