A tag veicular, também conhecida como etiqueta veicular eletrônica, é um dispositivo que utiliza tecnologia de radiofrequência para identificar veículos de forma automatizada. Em suma, a tag veicular permite a cobrança de pedágios de forma mais eficiente, sem a necessidade de parar o veículo, agilizando o fluxo de tráfego nas praças de pedágio. Além disso, a tag veicular também é utilizada em sistemas de estacionamento e controle de acesso, tornando os processos mais seguros e ágeis.
Então, o principal objetivo do dispositivo é promover uma maior fluidez no trânsito, facilitando a vida de motoristas e passageiros. Assim, espera-se que essa tecnologia contribua para uma mobilidade mais eficiente e sustentável nas cidades, reduzindo também o tempo de deslocamento e os impactos ambientais. Mas, qual será o futuro da tag veicular frente ao free flow?
Free flow é um sistema de cobrança de pedágio sem praças físicas. Esse sistema já está em uso em diversos países e foi autorizado no Brasil pela Lei nº 14.157/2012. O free flow opera por meio de pórticos instalados nas rodovias, que realizam a leitura da placa ou de um chip nos veículos que transitam por eles.
Em entrevista ao portal Consumidor Moderno, Carla Barreiros, diretora de operações do Sem Parar, fala das perspectivas e dos desafios da tag veicular no país. Confira:
CM: qual é o futuro do sistema de tag veicular no Brasil?
O futuro é promissor. Temos uma frota de cerca de 60 milhões de veículos no Brasil e dados mostram que o mercado nacional de tags veiculares possui mais de 12 milhões de tags ativas atualmente.
Existe um pipeline de novas concessões a serem licitadas nos próximos anos e, especialmente, a expansão do free flow, onde a tag facilita bastante o tráfego, e também concede descontos de usuários frequentes e descontos básicos que só estão disponíveis para quem usa uma tag veicular.
A tag do Sem Parar, por exemplo, vai além do pedágio. Nós trabalhamos um portfólio expandido, em que o consumidor utiliza a tag no pedágio, no posto, no drive e no SuperApp Sem Parar, que reúne mais de 30 serviços exclusivos. Com a tag Sem Parar, clientes acumulam cashback, contratam um seguro para carro, pagam a recarga elétrica automotiva em diversos pontos de recarga pelo Brasil, reservam vaga em um estacionamento, pagam os tributos e multas de seu veículo, alugam um carro em nossos parceiros, agendam a revisão do seu carro em uma oficina certificada… São muitas soluções dentro do nosso ecossistema de mobilidade.
CM: quando o veículo passa pelo pedágio utilizando a tecnologia tag e não consta pagamento no sistema da concessionária da via pública, o que acontece?
O sistema de antenas para captação e leitura das tags é bastante preciso e seguro. Nas pistas automáticas em pedágios, o sistema abre a cancela automaticamente, sem a necessidade de interação com um agente da cabine, e os clientes seguem de forma fluída. Contudo, caso não ocorra a leitura adequada da tag pelo sistema da rodovia, as concessionárias têm formas de cobranças resolvidas de acordo com os protocolos próprios de cada empresa.
CM: em sua visão, o free flow pode ser considerado uma ameaça às tags de pedágio?
O free flow, na verdade, potencializa as chances de os motoristas perceberem os benefícios de se trafegar com uma tag. Para quem tem tag, a passagem é automática e simples, além de ter descontos automáticos na tarifa e desconto para usuários frequentes. Sem a tag, o motorista precisa pagar de forma manual após a viagem, o que é menos conveniente e requer mais da atenção dos motoristas para evitar multas. Nós enxergamos o free flow como uma evolução bastante positiva para a o setor de mobilidade nacional.
No sistema de free flow, a cobrança é feita automaticamente por meio da leitura da tag ou por reconhecimento da placa do veículo. A tag torna o processo de pagamento mais ágil e preciso, debitando o valor diretamente da conta vinculada. Isso reduz a necessidade de intervenções manuais e permite que motoristas não precisem se preocupar com o pagamento de tarifas depois que concluir sua viagem. Motoristas com tag também se beneficiam de descontos e evitam riscos de multas por evasão.
CM: as tags de pedágio, como o Sem Parar, têm revolucionado o modo como pagamos tarifas nas estradas. Mas, será que esses dispositivos estão prestes a evoluir ainda mais? E se sim, o que está sendo feito para esse progresso?
As tags estão em constante evolução, como se fosse a modernização pela qual os aparelhos celulares viveram ao longo dos anos. O Sem Parar tem quase 25 anos e quando começamos, a tag era uma caixinha física de alguns centímetros que ficava instalada no carro. Hoje, a nossa tag é uma fita com espessura milimétrica e de poucos centímetros, que fica ali no para-brisa de forma muita discreta. Conforme as tecnologias vão evoluindo, vamos incorporando as mudanças à nossa tag Sem Parar, sempre no sentido de aumentar sua eficiência e agregar, cada vez mais, novas camadas de segurança.
CM: em sua opinião, o futuro das tags de pedágio no Brasil aponta para uma integração total com sistemas de pagamento digitais?
Isso vem acontecendo. A tag já é uma forma de pagamento digital e automático em várias situações diárias. Com a tag veicular Sem Parar, você paga seu estacionamento, seu lanche no drive, o abastecimento do seu carro, a lavagem do seu carro, você entra no seu condomínio… São muitas opções já integradas. Além disso, nosso ecossistema de mobilidade propõe uma integração da tag com nosso SuperApp Sem Parar, que concentra mais de 30 serviços que também podem ser solicitados de forma digital e com cobrança direto em sua fatura. Um processo que facilita a vida dos motoristas tanto dentro quanto fora do carro.
CM: o perfil do consumidor de tags vem mudando?
Sim, sobretudo se analisarmos a crescente digitalização e a maior demanda por conveniência, praticidade e segurança. Hoje a tag vai além do pedágio e motoristas buscam, cada vez mais, esse diferencial. Por isso nós adotamos a política constante de aumentar a proposta de valor do nosso produto com soluções e serviços que estejam conectados com o contexto atual de quem dirige. Adotamos uma política de escuta ativa, avaliando continuamente a satisfação dos clientes e personalizando nossos serviços para atender diferentes perfis de uso.
CM: com a ascensão dos carros elétricos e autônomos, como as tags de pedágio do futuro poderão se adaptar para atender às necessidades desses veículos, garantindo uma transição sustentável?
Estamos atentos a essas tendências e já temos parcerias estratégicas, como com a Tupi, por exemplo, na qual clientes procuram pontos de recarga disponíveis direto no nosso SuperApp e podem pagar sua recarga automaticamente na sua fatura Sem Parar. Um projeto que vem crescendo de forma satisfatória e que segue em expansão em nosso portfólio.
CM: sobre a segurança, outro assunto crucial quando o assunto é tags veicular, como proteger os dados dos usuários e prevenir fraudes?
Aqui no Sem Parar, a segurança é uma prioridade em nossos serviços. O sistema de tag tem um número único e criptografado, que garante um nível alto de confiabilidade e proteção contra fraude ou clonagem. Isso preserva a segurança dos clientes e das transações realizadas pelos motoristas.
Para proteger os dados dos clientes e prevenir fraudes, investimos em sistemas sólidos e reconhecidos no mercado financeiro. Além disso, contamos com soluções antifraude durante o onboarding, monitoramos as transações e verificamos o uso indevido de nossa marca na Internet e nas redes sociais.
Promovemos campanhas educativas para orientar os usuários sobre como evitar golpes de engenharia social e phishing. Implementamos políticas de segurança e oferecemos treinamentos regulares e obrigatórios para nossos colaboradores. Utilizamos a autenticação de dois fatores em processos sensíveis e outras práticas de segurança, como auditorias e testes de penetração frequentes em nossos canais digitais, para identificar e corrigir vulnerabilidades.
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