Você com certeza notou que o feminismo entrou em pauta e não saiu mais. A internet e as redes sociais ajudaram muito na expansão e disseminação do assunto – assim como com política e religião.
Entretanto, criou-se, ao mesmo tempo, uma nuvem de críticas e violência verbal entre pessoas contra, a favor e as que se consideram neutras. Por isso, antes de brincar com o assunto ou ofender alguém, entenda o que, de fato, ele quer dizer.
Algumas pessoas se dizem feministas, machistas e humanistas. Veja o que o dicionário Aurélio tem a dizer sobre essas três palavras:
Feminismo: 1. Sistema dos que preconizam a ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher ou a igualdade dos direitos dela aos do homem.
Machismo: 1. Modos ou atitudes de macho. 2. Ideologia segundo a qual o homem domina socialmente a mulher.
Humanismo: 1. Doutrina dos humanistas do Renascimento que ressuscitaram o culto das línguas e das literaturas antigas. 2. Culto; deificação da humanidade. 3. Doutrina centrada no homem ou na humanidade.
Ao contrário do que muitos pensam, como ficou possível observar com a explicação do Aurélio, o feminismo não é o contrário do machismo, uma vez que este tem o ideal de superioridade do homem sobre a mulher.
Já o humanismo é um pensamento intelectual no qual o ser humano é o centro de interesse e está acima de tudo. Ou seja, não tem nada a ver com ser ou não feminista.
Há quem diga que as mulheres já possuem os mesmos direitos e acessos que o homem. Será?
*No Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é violentada, de acordo com uma pesquisa da Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal;
*A cada 10 minutos, uma mulher é estuprada, de acordo com o Mapa da Violência;
*A cada 90 minutos uma mulher é assassinada, de acordo com o IPEA;
*No Brasil, as mulheres ainda ganham em média 30% a menos do que os homens para exercer a mesma função, de acordo com uma pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Além disso, há quem diga que o feminismo é contra a família, o casamento e filhos. Na verdade, o movimento defende a escolha da mulher, não a imposição da sociedade. Muitas mulheres sofrem preconceito por não querer se casar ou ter filhos, como você pode ver na campanha da Sephora sobre o Mercado de Casamentos da China.
O feminismo não é contra os homens, contra o casamento, a feminilidade, mas, sim, a favor do fim da dominação de um gênero sobre outro.
Aborto
O feminismo defende que a escolha deve ser da mulher, não do Estado. Isso significa permitir que, em caso de gravidez indesejada, a mulher possa escolher livremente se deseja ou não interromper a gravidez, oferecendo a ela a assistência de saúde necessária para que possa fazer o procedimento em segurança, sem comprometer a própria saúde.
Feministas não querem que todo mundo comece a fazer aborto. Elas querem que ele seja regulamentado e tratado como uma questão de saúde, não criminal. Para que mulheres que se sentem em situação de vulnerabilidade e desejam recorrer ao aborto recebam atendimento psicológico, médico, remédios e acompanhamento de saúde.
De acordo com o relatório anual do Ministério da Saúde (MSP) do Uruguai, cresceu 30% o número de mulheres que desistiu de interromper a gravidez após iniciar o processo de aborto legal no país. Os dados são referentes ao período compreendido entre dezembro de 2013 e novembro de 2014.
Depois da legalização, o Uruguai também não registrou mais casos de morte de mulheres durante o aborto. Enquanto isso, a cada dois dias uma brasileira, em geral das classes mais baixas, morre vítima de um aborto mal realizado.
“Não sou defensor do aborto e ninguém é. Qual é a mulher que quer fazer o aborto? É uma experiência absurdamente traumatizante, uma tragédia. A questão não é essa”, comenta Drauzio Varella à BBC Brasil.
*Com informações dos portais Carta Capital, BBC Brasil, Revista Fórum e Wikipedia.