Em tempos de redução do poder de compra, os parcelamentos se tornaram mais do que uma opção, mas sim, uma necessidade. Estudo elaborado pela Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN) revela que esse método de pagamento tem sido recorrente para a saúde financeira dos trabalhadores brasileiros.
Realizada em parceria com a Unicamp e o Instituto Axxus, a pesquisa ouviu 2 mil funcionários de diferentes níveis hierárquicos de cem empresas. São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Amazonas e Distrito Federal foram os territórios contemplados no estudo.
O levantamento revelou que 85% dos profissionais abordados não conseguem pagar as contas em dia, de modo que o parcelamento é uma válvula de escape para que o orçamento não seja tão sufocado. 50,65 realizam parcelas apenas para compras de valores maiores, enquanto os outros 35% fazem parcelamento em todas as ocasiões e – mais que isso -, recorrem ao uso das linhas de crédito.
Ausência de educação financeira
O estudo também revelou que apenas 16% dos colaboradores conseguem equilibrar suas contas de maneira saudável, ou seja, conseguem pagar suas contas com a remuneração mensal e organizam seus gastos com antecedência. Em contrapartida, 84% dos entrevistados enfrentam dificuldades para lidar com o dinheiro, arcam com prejuízos ou não entendem princípios básicos sobre organização de finanças. Como resultado, o endividamento salta e afeta diretamente o rendimento desses profissionais.
“Fazer parcelamentos em si não é um problema, desde que se tenha a consciência de que poderá honrar o compromisso com essas parcelas. O dado que mais preocupa é que a grande maioria dos trabalhadores não têm controle das finanças e a somatória desses pontos leva a visão de que muito desses colaboradores se tornarão inadimplentes com o tempo”, destaca o presidente da ABEFIN, Reinaldo Domingos.