Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8), a estabilidade no emprego tem sido uma das grandes preocupações das mulheres brasileiras. É o que revela o recém-lançado estudo da Randstad, Workmonitor, realizado com 35 mil profissionais de 34 países com o objetivo de entender os anseios e desafios dos trabalhadores no último ano.
A vigésima edição do estudo mostra que metade das mulheres brasileiras entrevistadas são as responsáveis financeiras de seus filhos com menos de 18 anos e 35% têm seus cônjuges como seus dependentes. Certamente esses fatores contribuem para a preocupação de 63% das participantes, que temem perder seus empregos devido à instabilidade econômica que o país ainda enfrenta.
50% das trabalhadoras no Brasil têm como dependentes financeiros seu filhos com idade inferior a 18 anos; para 35%, os cônjuges também dependem delas
Outro fator que preocupa essas profissionais é o aumento do custo de vida no cenário atual: 30% relatam que assumiram ou estão buscando uma segunda ocupação para ajudar a cobrir as despesas crescentes, e 22% planejam adiar sua aposentadoria pelo mesmo motivo.
As brasileiras participantes da pesquisa atuam em diversos setores da economia. A área de tecnologia, que ainda nos dias atuais é dominada por trabalhadores do sexo masculino, conta com 22% das respondentes. Em seguida, estão as trabalhadoras das áreas de negócios (11%), educação (9,5%) e administração pública (9%). Também participaram do levantamento profissionais dos setores de saúde, varejo, manufatura, finanças, telecomunicações, construção, transportes, agricultura, entre outros segmentos.
81% relatam a importância de um bom salário e consideram extremamente importante o equilíbrio entre vida profissional e pessoal
Mulheres e o cenário atual de trabalho
Nos últimos seis meses, quase metade das mulheres entrevistadas informou que não recebeu nenhum aumento de salário ou bônus em seu emprego, bem como não tiveram mudanças em relação à flexibilidade de local e horário de trabalho (60%).
Esses dados confrontam com a expectativa de 81% dessas mulheres que, além de relatarem a importância de um bom salário – tanto no atual emprego, como ao considerar uma nova proposta de trabalho – também consideram extremamente importante o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Em contrapartida, 43% das trabalhadoras relataram que houve um aumento em relação às oportunidades de treinamento e desenvolvimento na carreira, o que atende aos seus anseios em relação à evolução no trabalho, uma preocupação de 64% das entrevistadas. Ainda sobre desenvolvimento profissional, 33% das trabalhadoras gostariam de ser treinadas para um novo cargo ou posição.
Já em relação ao que diz respeito ao suporte familiar, que inclui licença maternidade e auxílio para creche e estudo, 65% disseram que tais benefícios permaneceram estáveis no último semestre. Apesar de muitas empresas estarem focadas em oferecer melhorias nesse sentido, o dado pode representar a contramão do que se vê na realidade.
Metade das entrevistadas espera aumento salarial condizente com os reajustes anuais padrão
Sobre as perspectivas em relação aos seus empregadores, metade das entrevistadas espera aumento salarial condizente com os reajustes anuais padrão e 44% gostariam de receber um bônus mensal, para cobrir gastos em relação ao aumento do custo de vida gerado pelas recentes mudanças na economia. Das mulheres com filhos, 20% gostariam de receber suporte adicional para custear creches ou escolas.
“Os empregadores que não se adaptarem a esta realidade correm o risco de enfrentar, em um futuro próximo, a evasão de colaboradoras para outras empresas”
“Esta edição do estudo Workmonitor nos mostrou que mais de 60% das trabalhadoras brasileiras carregam consigo o receio de perder o atual emprego, já que para mais da metade delas, seus filhos, com idade inferior a 18 anos, são seus dependentes financeiros. Um terço das entrevistadas são ainda financeiramente responsáveis por seus cônjuges. Nesse contexto, é natural que elas esperem mais suporte por parte de seus empregadores em diversos sentidos, seja na questão salarial, de benefícios em relação aos cuidados com sua família e no que diz respeito à flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Os empregadores que não se adaptarem a esta realidade correm o risco de enfrentar, em um futuro próximo, a evasão de colaboradoras para outras empresas”, conclui Fabio Battaglia, CEO da Randstad no Brasil.
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