Motivadas por questões como redução de custos, reputação e atração de investidores, 54% das empresas brasileiras pretendem investir em projetos ligados à ESG (meio ambiente, social e governança). Os dados são de um levantamento realizado pela Grant Thornton, que também mostrou que apenas 39% das organizações estão desenvolvendo, de fato, um plano estratégico voltado para essa abordagem.
ESG acabou se tornando uma ambição nos últimos anos mas, para transformá-la em ação, resiliência e rentabilidade o caminho é longo. A AeC, por exemplo, é uma empresa que possui estratégias e práticas bem definidas: ela inclui as vertentes de meio ambiente, social e governança há anos na agenda prioritária.
“Apesar de não ter uma atividade potencialmente poluidora, a AeC, sempre se preocupou em construir sites verdes, adotar tecnologias de reaproveitamento de água da chuva, procurar fontes de energias alternativas e se utilizar das melhores formas de destinação de resíduos. Do ponto de vista social, sempre foi genuinamente diversa, é uma das pioneiras a fomentar a inclusão e a equidade nas operações e no corpo executivo”, conta Flavia Tomagnini, diretora Jurídica e de Compliance da AeC.
Ela destaca, ainda, a busca, ao longo dos 30 anos da empresa, pelas melhores práticas de governança corporativa. Todas essas iniciativas sempre tiveram objetivos claros: criar uma equipe mais engajada e feliz; atrair e reter grandes talentos, que incentivam a inovação e o aumento da eficiência e da produtividade; gerando segurança e tranquilidade para os investidores e consumidores, o que, consequentemente, traz novas oportunidades de negócios, em um grande círculo virtuoso.
Estrutura voltada para o ESG
Para chegar nesse estágio de aplicação e resultados das práticas ESG, é necessário criar uma estrutura voltada para isso. Por isso, na AeC, além de uma gerência Institucional e de ESG, outras áreas – como a Diretoria de Pessoas e a Ouvidoria – assumem projetos de manutenção da diversidade, inclusão e responsabilidade social.
O processo de implementação começou com um diagnóstico das práticas internas e das referências do mercado, para entender o estágio de atuação e identificar pontos de melhoria. Só então foram definidas metas e iniciativas, e a integração destas às estratégias operacional, comercial e financeira.
“Trata-se de cultura e exemplo. O mais importante pilar sobre o qual deve assentar-se um programa ESG é o comprometimento da alta administração. Cabe a ela a eleição dos valores que guiarão o desenvolvimento das atividades da organização, bem como a dos princípios nos quais se basearão as normas de conduta da empresa”, afirma Flavia Tomagnini.
“Nesse sentido, os líderes devem ser o exemplo da prática cotidiana da conduta ética, sustentável e socialmente responsável – o chamado exemplo tone from the top. Devem, assim, ter profundo conhecimento sobre os projetos, preceitos, regras e diretrizes que serão veiculadas pela empresa. É preciso garantir que os pilares e iniciativas ESG estejam não apenas alinhados, como também sejam parte da estratégia da empresa.”
Ações no dia a dia
A estrutura bem-preparada para programas ESG faz do plano uma realidade. Um exemplo disso é a “Caravana do Bem”, da AeC. Quando criada, em 2013, tratava-se de um fundo em que colaboradores somavam cotas de R$ 5 e R$ 10 e a empresa doava o dobro do valor. O fundo era revertido em doações de materiais didáticos e itens de higiene para instituições sociais parceiras. Com o tempo, o projeto cresceu e hoje, além das doações, também possui edições anuais e especiais, como a “Caravana do Bem – Todos por Elas” e “Caravana do Bem – Abraçando o Mundo”.
“’Todos por Elas’, é uma parceria com associações locais de acolhimento de mulheres em situação de abuso. A Caravana oferece um curso de capacitação para estas mulheres e as contrata em vagas da AeC, garantindo, ao menos, independência financeira e emancipação para que possam se reerguer. Já a ‘Caravana do Bem – Abraçando o Mundo’ é voltada para a inclusão de refugiados no mercado de trabalho, mas segue os mesmos preceitos”, diz Tomagnini.
Outro exemplo é o Comitê de Diversidade, Equidade e Inclusão, que promove a Semana da Diversidade, evento anual com ciclo de palestras, assegura o uso do nome social, participa de feiras de empregabilidade e inclusão, mantém um canal direto de denúncias tratadas pela Ouvidoria e garante um olhar inclusivo em toda a empresa.
Por entender que faz parte de um setor responsável por grande parte das vagas de primeiro emprego no Brasil, a AeC ainda busca valorizar o desenvolvimento pessoal (foram 3 mil funcionários promovidos no último ano) e promover capacitação por meio da universidade corporativa UniAeC. Há também o Digital Academy, um projeto de formação de colaboradores em programação para que estes possam ser realocados em vagas de tecnologia.
“A necessidade atual por modelos econômicos circulares e regenerativos traz para as empresas a responsabilidade pela busca de um desenvolvimento sustentável e essa é uma tendência sem volta. A inovação, a atração de investimentos, a retenção de talentos e a valoração da marca são algumas das muitas consequências diretas da adoção do modelo de produção sustentável provido pelo ESG”, conclui Flavia Tomagnini.
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