Conhecer os consumidores é mais difícil do que se pensa. Segundo Edwina Dunn, CEO da Starcount, que fez uma apresentação concorrida na Panda Conf do Web Summit, as informações dos consumidores vão muito além do clichê “dados são o novo óleo”.
Franklin Foer já escreveu que o petróleo é finito e dados são infinitos. Há diferença elementar entre essas matérias-primas. De todo modo, na visão de Edwina, dados, como petróleo, necessitam de refinamento.
A história dos dados, de como podem ser essenciais para as estratégias de marketing, data dos anos 1950, quando as empresas começaram a pesquisar a influência da propaganda, dos preços e das promoções sobre o consumidor.
Já nos anos 1980, as empresas procuraram dimensionar a importância de entender a influência da localidade sobre a forma com que as pessoas consomem. Ou seja, as áreas no entorno das residências dos clientes traziam dados significativos sobre como se tomavam decisões de compra.
Nos anos 2000, propósito, sustentabilidade e outros conceitos começaram a fazer parte da base de dados que as empresas coletavam de seus consumidores. Assim, a demografia ganhou também aspectos emocionais, e comportamentais para estruturar propostas de valor mais precisas.
Agora, na altura dos anos 2020, já podemos ter acesso a múltiplas fontes de dados que perscrutam e monitoram as atividades dos clientes. A CEO da Starcount afirma que mais do que nunca é possível extrair valor dos dados.
Essa é uma nova era, direcionada por padrões de análise de dados de gigantes como a Amazon, por exemplo. O desenvolvimento da varejista Seattle baseou-se na habilidade – e no desenvolvimento de metodologias – para compreender e analisar dados relacionados a cada etapa da jornada dos clientes nos diversos canais.
Para Edwina, estamos no limiar da próxima era do Customer Analytiics, procurando não apenas mais o que levou a uma decisão de consumo, mas detectar antecipadamente o que os clientes estão propensos a comprar, procurando prever movimentos e comportamentos a partir da análise dos dados e das pegadas digitais.
Essas pegadas e rastros digitais tornam-se valiosos indicadores sobre o que os consumidores realmente estão propensos a comprar.
É
possível – mas será ético? – investigar tão profundamente os clientes,
contornando os riscos para a sua privacidade a partir da evolução
incessante da inovação tecnológica?
Os governos estão realmente preocupados com essa situação, por conta da adoção de regulações como a GDPR e a LGPD no Brasil.
É fato que estamos todos mergulhados no mundo digital. O que esquecemos ultimamente é que vivemos em um mundo real, onde nos deslocamos para nossas casas e empresas e como conectamos a vida real, fora do ambiente digital às demandas e exigências do mundo digital, a cada novo dia.
Compreender os contextos de uma nova “geodinâmica”, capaz de refletir como a vida digital e a vida real se misturam, é o insight mais poderoso para dar um passo adiante na interação com os consumidores.
Mas para isso não será necessário criar uma nova ética para nossa vida? As IAs que nascem a cada instante evidentemente são sempre evolutivas a partir dos dados.
Cada novo código das relações na internet, entre empresas e clientes, incluindo aqueles que retratam a geodinâmica dos consumidores, sua localização, deslocamentos, viagens, personalização, tipologias e identificação do que as pessoas realmente apreciam, gostam e amam, além de marcas e produtos e serviços.
Entender as motivações dos consumidores é mais relevante do que parece. Associar os dados à forma e ao local onde as pessoas vivem, trabalham e se relacionam é a nova melhor prática, que retrata o quanto o local, o próximo, o conhecido prevalecem sobre o global e o distante.
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