Quando David Almeida se casou e comprou um apartamento, ele apenas queria uma mesa de madeira maciça. atural de Manaus, ele sempre esteve em contato com o material e ficou decepcionado por não encontrar a peça com a qualidade que gostaria – sequer na internet.
Depois de uma longa pesquisa, David encontrou o móvel do jeito que procurava, mas desistiu da compra por considerar o preço alto demais. Foi quando o administrador de empresas lembrou de um amigo de Manaus e decidiu encomendar a própria mesa. Quando a peça chegou em sua casa, David percebeu que todo o processo, mesmo com o frete, custou um terço do produto que havia visto na loja.
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A partir daí o empresário decidiu fazer um teste. Como já tinha experiência no e-commerce (possui um comparador de preços de remédios), ele abriu uma loja virtual simples para vender mais dez peças que pediu para o amigo de Manaus produzir. A experiência deu certo. Foi assim que a Madeirado Móveis nasceu – a partir de uma mudança.
Após as primeiras vendas, Almeida logo percebeu um problema: os clientes queriam ver as peças. Sem dinheiro para investir em um ponto físico, a solução foi criar um sistema de pós-pagamento. Os consumidores pediam o orçamento e as modificações que queriam fazer nas peças e só depois de aprovarem pagavam pelo móvel. Almeida avalia que esta foi uma ideia central para o futuro do negócio. “Eu só estou aqui hoje porque o pós-pagamento me fez acreditar que existem clientes que comprariam as peças”, afirma. Mesmo com o preço elevado dos produtos, a Madeirado nunca teve um caso de inadimplência.
Depois do sucesso do pós-pagamento, as vendas da loja cresceram e a marca precisou ocupar um espaço físico. A tendência da Madeirado sempre foi ajustar a estrutura do negócio de acordo com os feedbacks. Para inaugurar a loja física não foi diferente: o empresário recebeu a ligação de uma cantora e arquiteta que queria fechar uma parceria com a marca. Para atender a potencial parceira, a empresa inaugurou uma loja física em São Paulo.
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A criação da loja de móveis aconteceu em 2014, mesmo ano em que a loja física foi inaugurada. Quatro anos depois, a Madeirado abriu uma pop up store. A intenção é aproveitar o movimento da mostra de arquitetura CASACOR, que atrai milhares de pessoas à região do Jockey Club de São Paulo. A pop up deve fechar assim que a mostra terminar, em julho, mas a expansão não terminou. “Se tudo der certo, a ideia é abrir mais uma loja em São Paulo até o fim do ano e, se a coisa engrenar mesmo, mais uma no Rio de Janeiro”, explica Almeida.
Produto
A Madeirado Móveis resgata árvores que seriam descartadas e usa a madeira para confeccionar peças de decoração. Os produtos vão de bancadas de R$ 990 a um banco de madeira maciça de R$ 39.000. Todo o processo de produção é flexível para atender às demandas dos clientes. Os consumidores entram em contato com a empresa via WhatsApp para aprovar as mudanças, que vão desde a medida dos móveis ao tipo de acabamento – este é um dos diferenciais da loja, segundo o seu fundador.
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A empresa tem um compromisso com a sustentabilidade e faz questão de vender todos os produtos com o certificado emitido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), que não é obrigatório depois do processo de retirada das árvores da área de manejo florestal. Além disso, a cada venda, uma árvore é plantada na Amazônia.
Apesar do preço alto em comparação com produtos que não usam madeira maciça, Almeida destaca que o valor das peças é um dos diferenciais: “eu realmente vendo a um terço do preço dos meus concorrentes. Quando eu faço uma venda, às vezes o cliente vem até me perguntar se é isso mesmo”.
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