O governo chinês ordenou que o aplicativo de mobilidade Didi, que pertence ao mesmo grupo que comanda o brasileiro 99, seja removido das lojas de apps por uma suposta coleta ilegal de dados. Por enquanto, não há detalhes sobre o caso. Inclusive, o aplicativo já teria sumido da Apple Store na China, segundo apontou o site TechCrunch.
O pedido foi feito pela Administração do Ciberespaço da China (CAC), órgão regulador chinês, em um momento de forte de expansão da empresa no mercado americano. O app, que possui investidores como Apple, SoftBank, Tencent e Uber, fez o IPO na Bolsa de Valores de Nova York na semana passada e arrecadou cerca de US $ 4 bilhões em apenas 7 dias – um dos maiores valores de largada de IPO nos EUA.
Em nota, o aplicativo Didi informou que removeu o aplicativo de várias lojas de aplicativos e iniciou o que eles apontam como “correções”. Além disso, a empresa informou que suspendeu os registros de novos usuários no sábado. Para os usuários existentes, o aplicativo Didi permanece operacional.
Maior que o Uber?
O que chama a atenção nessa história é o fato de um aplicativo desse porte ter sido removido de uma lojas de aplicativos. Normalmente, isso ocorre com apps menores e que desrespeitam normas das lojas de aplicativos, tais como a própria coleta ilegal de dados de usuários.
De acordo com os recentes números divulgados pela empresa, nos 12 meses (até março), a Didi atendeu 493 milhões de usuários ativos anuais e realizou 41 milhões de transações diariamente.
No primeiro trimestre deste ano, o aplicativo registrou 156 milhões de usuários mensais, um número bem superior aos 98 milhões do Uber no mesmo período. Os dados oficiais da empresa na China mostram ainda que o país tinha 365 milhões de usuários solicitando carona em dezembro, o que sugere que Didi comanda uma participação de mercado substancial.
Receitas
Nesta segunda, a empresa chinesa emitiu um novo comunicado sobre a decisão do regulador do país. Em nota, a empresa se mostrou preocupada com o impacto da receita a partir do pedido de remoção do aplicativo. “A empresa espera que a remoção do aplicativo não possa ter um impacto adverso em sua receita na China”, disse a Didi em um comunicado, mas não entrou em detalhes sobre a extensão potencial do impacto.
No entanto, há quem aposte que as receitas não devem ser altamente impactadas na China, pois o número de usuários chineses é expressivo e consolidado, segundo dizem.
+ Notícias
“A legislação europeia sobre IA poderá ter influência no mundo todo”