A diversidade é um tema que vem ganhando destaque no mundo dos negócios, e diversas empresas já reconhecem a importância de incorporar a diversidade no ambiente de trabalho, não apenas como um valor ético, mas também como uma estratégia para impulsionar a inovação, a criatividade e o sucesso organizacional.
Empresas que desejam se destacar devem abraçar a diversidade e promover uma cultura inclusiva, na qual todos os colaboradores possam contribuir plenamente com seus conhecimentos, habilidades e experiências. No entanto, a inclusão efetiva de indivíduos diversos ainda é um desafio para muitas organizações. Então, como promover a inclusão de pessoas no ambiente de trabalho?
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Diversidade: um conceito amplo
O primeiro passo para promover a diversidade é entender sua amplitude: ela não se limita a aspectos como gênero, raça ou idade, mas abrange um vasto leque de características, como origem étnica, orientação sexual, deficiências, origem socioeconômica, entre outras. Ao reconhecer e valorizar a multiplicidade de perspectivas, experiências e talentos que cada indivíduo traz consigo, as empresas podem criar um ambiente inclusivo e enriquecedor.
Thaisa Thomaz, diretora de talentos da PepsiCo, comenta que a empresa tem como propósito ser diversa e inclusiva, que represente efetivamente a população e os consumidores brasileiros em seus múltiplos aspectos: “Nos preocupamos com representatividade de mulheres, pessoas negras, pessoas com deficiência, pessoas LGBT+ e de diferentes gerações. Um de nossos principais desafios – certamente também da maioria das empresas – é construir uma cultura organizacional que se materialize em um ambiente de trabalho em que todos os talentos sintam-se acolhidos, valorizados e parte essencial da existência e do crescimento do negócio”.
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Líderes, gestores e colaboradores devem entender valor da diversidade
Para que a inclusão ocorra efetivamente no ambiente corporativo, Thaisa Thomaz ressalta que líderes e gestores devem compreender que a diversidade vai além das políticas de contratação. É preciso criar uma cultura organizacional que valorize e respeite as diferenças, promovendo o diálogo aberto, a escuta ativa e o respeito mútuo, oferecendo oportunidades iguais de desenvolvimento, promoção e reconhecimento para todos os colaboradores.
“A liderança e os times de recrutamento, seleção e desenvolvimento de carreira da PepsiCo são treinados para que todos os profissionais sejam tratados de maneira igualitária diante das oportunidades de contratação e evolução na companhia, incluindo o acesso a postos de liderança. Outro treinamento importante nesse sentido, direcionado para a liderança e também a todos os nossos colaboradores, visa desconstruir mitos e vieses inconscientes, ainda muito arraigados em nossa sociedade”, explica.
Para Sarah Buchwitz, vice-presidente de comunicação e marketing da Mastercard Brasil, ainda é preciso garantir que os pilares de diversidade e inclusão estejam presentes em todas as atividades corporativas, permeando até mesmo a escolha de fornecedores e parceiros de negócios.
“Na Mastercard, por exemplo, somos signatários dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), estabelecidos pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global. Também participamos da Aliança Sem Estereótipos, movimento da ONU Mulheres que tem o objetivo de conscientizar anunciantes, agências e a indústria da propaganda em geral sobre a importância de eliminar os estereótipos nas campanhas publicitárias. É seguindo este pensamento de trazer a discussão para o nosso dia a dia que as empresas poderão se tornar ambientes verdadeiramente inclusivos e diversos”, diz.
Além dessas medidas, as empresas precisam realizar a promoção de uma liderança inclusiva, pois líderes que valorizam a diversidade e promovem um ambiente inclusivo são essenciais para o sucesso da estratégia de inclusão. Eles devem ser modelos a serem seguidos, demonstrando respeito, equidade e oportunidades iguais para todos os colaboradores. Também é importante que os líderes estejam dispostos a ouvir e aprender com as diferentes perspectivas, incorporando-as na tomada de decisões e na formulação de estratégias empresariais.
Como promover a diversidade e inclusão de forma efetiva
e com naturalidade?
A implementação de programas de treinamento e conscientização sobre diversidade e inclusão pode ser uma estratégia eficaz, já que essas medidas ajudam os colaboradores a entenderem a importância da diversidade e os desafios enfrentados por indivíduos diversos, promovendo a empatia e a conscientização das próprias atitudes e preconceitos. Além disso, é fundamental estabelecer canais de comunicação seguros e confidenciais, nos quais os colaboradores possam relatar preocupações, expressar suas opiniões e propor melhorias.
Sarah Buchwitz defende que as empresas devem investir na capacitação de pessoas para que elas alcancem todo o seu potencial, promovendo a prosperidade equitativa em todo o mundo e colocando soluções inovadoras para proteger o planeta.
“A Mastercard trabalha continuamente em direção a esse objetivo principal, com base no entendimento de que a inclusão e a diversidade nos fortalecem como equipe e como empresa. Este trabalho ajuda a garantir que haja um mundo saudável para operarmos. Ele atende às expectativas de nossos funcionários, clientes e parceiros. São esses esforços que nos ajudam a criar e sustentar valor de longo prazo para nossos acionistas”, afirma.
A vice-presidente de comunicação e marketing da Mastercard Brasil detalha o modelo da empresa: “Buscamos contratar os melhores profissionais, independentemente de idade, status, etnia, credo, raça, deficiência, identidade ou expressão de gênero, estado civil ou familiar, nacionalidade, religião ou orientação sexual. Um exemplo disso é que, hoje, mais de 25% dos membros do conselho de administração da Mastercard são mulheres – e, no quadro de liderança brasileiro, 50% é composto por mulheres (versus 38% há dois anos). No Brasil, crescemos nos últimos quatro anos de 43% para 47% a parcela de funcionárias mulheres”.
A PepsiCo aposta no poder da informação e no diálogo constante como melhores estratégias para que a diversidade, a equidade e a inclusão sejam uma realidade e que todos estejam engajados nessa proposta. “Os Grupos de Afinidade são parte importantíssima desse ecossistema, sendo um espaço seguro para que todas as pessoas possam se expressar e para levarem sugestões para os mais diversos temas. Temos grupos de afinidades para Raça (Negrow), Mulheres (EmpoderA), LGBT+ (Equal), PcD (Podemos+) e Gerações (Geração Única). Atualmente, cerca de 400 funcionários voluntários fazem parte desses grupos”, salienta Thaisa Thomaz.
Os processos de recrutamento, seleção e desenvolvimento da PepsiCo são focados na experiência e nas habilidades de cada profissional e levam em conta o valor que a diversidade de talentos pode agregar para a companhia. Além disso, a empresa possui metas para ampliar a representatividade de pessoas diversas em cargos de liderança. “O objetivo é chegar a 50% de liderança feminina até 2025, atualmente já atingimos 49%. No Comitê Executivo da companhia, esse número chega a 60%. Também desejamos ter 30% de pessoas negras em cargos de liderança até 2025. Hoje, temos cerca de 25% e no quadro geral o número chega a 50%”, completa.
O papel da diversidade na inovação e no desempenho
A diversidade ajuda a promover um ambiente de trabalho mais saudável e criativo, incentiva a troca de experiências entre profissionais e tende a aumentar a motivação e a produtividade dos colaboradores, fatores que podem contribuir para fortalecer a competitividade das empresas no mercado. “Equipes diversas trazem melhores resultados para a companhia, com decisões mais assertivas que convertem, inclusive, em lucro”, pontua a diretora de talentos da PepsiCo. A companhia, inclusive, observou que a integração entre profissionais de diversas faixas etárias trouxe reflexos positivos nos resultados das equipes: “De forma geral, nos últimos dois anos, notamos um crescimento de 7p.p. de engajamento dos nossos funcionários”, completa Thaisa Thomaz.
De acordo com um levantamento feito em 2022 pela Consultoria McKinsey, pesquisas realizadas nos últimos 15 anos revelaram uma forte correlação entre o comprometimento das empresas que investem em Diversidade e Inclusão (D&I) e seus resultados. As empresas comprometidas com essas agendas têm maior probabilidade de ter uma melhor saúde organizacional, maior satisfação de funcionários, maior retenção e reconhecimento de suas pessoas e seu comprometimento, bem como acesso a um banco único de talentos.
É importante lembrar que a diversidade por si só não garante resultados. A inclusão é o elemento-chave para que a diversidade seja efetiva e beneficie tanto os colaboradores quanto a empresa. Quando as pessoas se sentem valorizadas, respeitadas e integradas, sua produtividade e engajamento aumentam, o que impacta positivamente a performance da organização. Portanto, incorporar a diversidade no ambiente de trabalho requer um compromisso contínuo, uma mudança de mentalidade e ações concretas. É uma jornada que exige esforço, aprendizado e adaptação constante, mas ao incluir sem excluir, as empresas têm a oportunidade de criar equipes capazes de alcançar um melhor desempenho e gerar impactos positivos na sociedade como um todo.
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