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Dinheiro móvel: cada vez mais uma realidade

Dinheiro móvel: cada vez mais uma realidade

Estudo aponta que transações financeiras por celular se expandiram para 84 países. O informe prevê para este ano mais19 lançamentos desse modelo de bancarização só na America Latina; o Brasil já conta com seus modelos. Confira

O segmento de telefonia móvel movimento movimenta bilhões ao redor do mundo e promove um novo comportamento entre cidadãos e empresas. Nesse cenário, os serviços por meio de dispositivos móveis vêm sendo apontado como a nova fronteira para negócios.

Muito além das cifras, essas soluções promovem também melhorias sociais. O maior exemplo disso talvez venha da inclusão bancária e ao consumo em áreas menos desenvolvidas, como a África. Ali nasceu o M-PESA (“M” para móvel e “PESA” para dinheiro em Swahili – idioma banto), um serviço de banco por celular oferecido no Quênia desde março de 2007.

A interface foi desenvolvida pela operadora de telefonia, Safaricom, que funciona em qualquer celular e permite que um cliente cadastrado troque dinheiro em espécie por dinheiro virtual, chamado e-float. Para tanto, a operadora de telefonia estabeleceu parcerias com pequenos comerciantes que já vendiam cartões de recarga de celulares para atuarem como agentes de dinheiro virtual. Em 2010, havia mais de 17 mil varejistas que assinaram como agentes M-PESA, número superior às 840 instituições bancárias do país. A receita da Safaricom com o M-PESA é originária de tarifas para transações quando clientes retiram ou transferem dinheiro na rede de agentes.

O sistema conseguiu atender aonde os bancos não chegam, tendo rápida e ampla adesão (cerca de 19 milhões de assinantes em 2013). Seu sucesso é atribuído ao uso de tecnologias adaptadas à realidade local, modelo de marketing simples, parcerias com bancos e apoio dos reguladores. Um dos desafios logísticos do modelo é gerenciar a liquidez dos agentes e equilibrar as diferenças de oferta e demanda por dinheiro e por e-float nas zonas rurais e urbanas.

Em 2012 o Quênia apresentou um dos maiores índices mundiais de utilização de sistema de pagamento móvel. O M-PESA movimenta cerca de um terço do PIB do Quênia, sendo o principal método para o envio de remessas entre trabalhadores de zonas urbanas e seus familiares em áreas rurais.

Um levantamento recente da GSMA (órgão que agrupa todas as empresas de telefonia do mundo) denominado, “Mobile Money for the Unbanked” (em livre tradução, Dinheiro Móvel para Países não Bancarizados) divulgado na Mobile World Congress 2014 (MWC14), realizado em Barcelona no mês de fevereiro, comprova o avanço dessa tendência para outras fronteiras.

O estudo aponta que esses serviços se expandiram para 84 países. O informe prevê para este ano mais19 lançamentos desse modelo de bancarização só na America Latina. Com o dinheiro móvel se convertendo em produto recorrente a competência também está aumentando. Ao final de 2013, 52 mercados tinham dois ou mais serviços em comparação aos 40 de 2012.

São números que reforçam a importância da mobilidade em convergir consumo e inclusão social.  Para Tom Phillips, diretor de regulação da GSMA, o estudo revela, a cada ano, “um maior conhecimento e aceitação do uso do dinheiro móvel e o quanto ele pode ajudar milhões de pessoas a melhorar sua vida”.

Cenário Brasileiro

No Brasil com as novas regras de meios de pagamento anunciadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no final de 2013 – que permitiu aos bancos a adesão de novos clientes através de cadastro simplificado, sem a necessidade de documentação, ou conta-corrente – o modelo de “dinheiro móvel” começa a ser difundido no país com mais ênfase.

A Oi, por meio da parceria com o Banco do Brasil, lançou em 2013 a solução móvel Oi Carteira – cartão pré-pago recarregável que funciona tanto no celular como no cartão tradicional. Seus clientes têm acesso ao serviço de forma simples, rápida e econômica e funciona em qualquer tipo de celular com chip Oi. A contratação não é condicionada à comprovação de renda, nem à aprovação de crédito. Por ser um produto pré-pago, o Oi Carteira também favorece o controle de despesas e as transações só são aprovadas com a digitação da senha pessoal do cliente em seu celular, o que é mais uma garantia de segurança.

Segundo a operadora, o brasileiro tem demonstrado interesse em fazer pagamentos de compras com o celular. O pagamento móvel prestado pela Oi é aceito em mais de 1 milhão de estabelecimentos credenciados à Cielo, outra parceira no projeto.

A companhia também informa que vem realizando testes com NFC (near field communication) para diferentes usos e tem em seu portfólio smartphones com essa tecnologia. Para a Oi o NFC é um complemento a outras formas de pagamento com celular, além de viabilizar uma diversidade de outras novas aplicações.

O Bradesco e a Claro também já comercializam o "Meu Dinheiro Claro", o serviço é uma espécie de conta-corrente que permite a realização de transações financeiras e compras diretamente pelo celular. Entre as funções permitidas estão compras em estabelecimentos comerciais, transferências entre clientes, saques e recargas. Um dos objetivos do novo serviço é incentivar a inclusão de mais de 55 milhões de brasileiros no sistema financeiro.

 

O Itaú já coloca à disposição de seus clientes o aplicativo Itaú tokpag para smartphones, que permite a realização de transferências de valores entre contas correntes usando apenas o número de telefone do favorecido.

O funcionamento do sistema é semelhante ao de comunicadores instantâneos de mensagens. Para utilizar o serviço, basta baixar o aplicativo gratuito e fazer o cadastro nele mesmo. Na tela inicial o app informa o número do celular, agência e conta, e, em seguida, insere a senha eletrônica. O sistema gera automaticamente um código de acesso exclusivo, enviado via SMS, para a validação do número do celular informado. Após verificação desse código, uma das ferramentas de segurança do aplicativo, o cliente está apto a fazer e receber transferências. Os limites disponíveis são os mesmos da internet e as transferências são validadas por meio de um iToken que roda por dentro do aplicativo, conferindo segurança às transações.

A TIM tem um projeto em desenvolvimento para lançamento de um serviço de mobile money. O produto deve estar disponível para o mercado brasileiro no segundo trimestre de 2014, fruto de uma parceria da operadora com a Caixa Econômica Federal e a MasterCard. Por meio de uma conta pré-paga virtual, o cliente TIM poderá efetuar compras e outras transações financeiras utilizando o próprio celular ou um cartão tradicional vinculado ao seu número de telefone.

A gestão da conta será feita pela CAIXA e a MasterCard será responsável pela plataforma de pagamentos móveis, processamento das transações e pela bandeira de aceitação. Assim que for lançado, o produto poderá ser utilizado para o pagamento de compras em mais de 1,5 milhão de estabelecimentos comerciais no Brasil.

“Os serviços financeiros móveis são uma oportunidade de suportar o core business das operadoras de telefonia e – no caso da TIM – reforçar nosso posicionamento inovador, entregando ainda mais benefícios para os clientes e conferindo ao celular um uso ainda mais abrangente. Esses novos produtos trarão uma mudança relevante para a vida dos consumidores, assim como aconteceu com a internet móvel, por exemplo”, diz Roger Solé, CMO da TIM Brasil.

De acordo com o executivo, a TIM focará na simplificação dos processos, para que seja fácil pagar uma compra com a tecnologia NFC ou transferir dinheiro através de uma operação de mobile money. A ideia é se aproximar do sucesso da Safaricom.

Como vemos, a convergência para o “dinheiro móvel” rompe fronteiras e se caracteriza como um processo gradativo e até mesmo educacional. Bancos, teles e varejistas têm pela frente um mercado promissor. Informação e infraestrutura de rede tornam-se fatores chaves para o seu avanço. O cidadão, por sua vez, passa a ter mais um canal para transações financeiras e consumo, com mais agilidade e menos complicação. Talvez, esse cenário, em toda sua plenitude, ainda seja uma realidade distante, no entanto é digno de ser respeitado o efeito a que ele se propõe.

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