A cada cinco minutos uma criança morre no mundo vitima de violência, e 67% delas já sofreram algum tipo de abuso. São dados como estes que impulsinam a campanha #ENDviolence (“acabe com a violência”, em inglês), promovida pela Unicef, braço de cuidados à criança e o adolescente das Nações Unidas.
Para apoiá-la, o jogador e embaixador da organização David Beckham cedeu sua imagem para o vídeo de promoção lançado nesta semana pela entidade.
Na peça, Beckham exibe algumas de suas mais de 40 tatuagens, que, por meio de animações, se transformam e se mesclam com imagens que fazem referências aos diferentes tipos de abusos que são comuns aos pequenos. Agressões, maus tratos, repressão, situações de medo e bullying são algumas delas.
“Violência contra as crianças deixa marcas para sempre. Isso é errado. Acabe com ela”, diz Bekcham, no vídeo. Na página da campanha (em inglês) há mais informações e conteúdo interativo sobre o assunto (veja aqui).
Violência e policial e bullying
Trata-se de um trabalho que o ex-jogador britânico, que é embaixador da Unicef há mais de dez anos, já vem acompanhando há algum tempo junto à Unicef. “No ano passado, visitamos o Camboja e conversei com crianças que me contaram coisas horríveis que elas viveram”, conta Beckham. “Eu fiquei chocado com o que ouvi e me dei conta de como a violência pode deixar marcas profundas e permanentes. Nenhuma criança deveria ter que suportar isso.”
Beckham ajudou pessoalmente a Unicef a estimular e colher depoimentos de crianças e adolescentes de todo o mundo para levantar um retrato sobre o assunto. Foram 190 mil respostas em 22 países diferentes, que revelaram que dois terços dos pequenos já sofreram algum tipo de violência.
Força policial e abuso de autoridade estão no topo da lista dos abusadores: 33% dos jovens que afirmaram já terem sido vítima de violência por parte das autoridades de seu país. No Brasil, por exemplo, informa Unicef, 30 crianças e adolescentes são mortas por policiais a cada dia – o segundo pior índice do mundo.
A segunda principal fonte de agressões, curiosamente, são as próprias crianças – 29% responderam sofrer abuso de seus pares. Familiares e responsáveis (28%) e professores (9%) também foram citados.
“Grite e denuncie”, é o que diz outro vídeo propagado pela Unifec (em inglês). A intenção da organização é ensinar os pequenos a reconhecerem os abusos entre as situações por que passam e denunciarem sempre que algo aconteça.