A gente piscou e faltam menos de dois meses para a Black Friday. A expectativa é grande. Seja pela forte presença no e-commerce (o Brasil está entre os 10 países globais que mais cresceram no setor), ou pelo sua popularização entre as gerações, incluido a prateada, a data é um chamariz para as estratégias de aumento de venda. Mas, como fazer para se evitar ser “enganado” por falsas promoções?
Leia mais: A estratégia por trás dos dias de desconto do varejo global
Um dos grandes problemas que os consumidores encontram na Black Friday é a “maquiagem de preço”, os famosos “falsos descontos”. Uma das dicas dos órgãos de defesa do consumidor nesse sentido é que as pessoas façam um monitoramento dos preços do que pretendem comprar no dia 25 de novembro com antecedência.
A orientação geralmente é para que esse acompanhamento seja feito semanas antes do evento. Acontece que nos últimos anos, principalmente com o avanço do e-commerce, as promoções da Black Friday tem começado bem antes da fatídica sexta-feira. Então, por que não começar a pesquisar os preços a partir de agora?
Planejamento, essa é a palavra-chave apontada por especialistas. Uma boa maneira de monitorar preços para evitar ser “enganado” é através de sites como o Buscapé, em que se o consumidor pode comparar os valores dos produtos em várias lojas e ainda tem acesso à uma ferramenta de Histórico de Preço, com a variação do valor cobrado nos últimos seis meses.
Outras plataformas como a Zoom, Bomdfaro e o Jácotei também funcionam da mesma forma. Esses sites ajudam a evitar que o consumidor compre um produto como se estivesse com um grande desconto, quando na verdade a loja aumentou o preço para simular promoções imperdíveis. O Zoom inclusive já vem publicando em seu blog algumas dicas e tendências para a Black Friday 2022.
“Metade do dobro”
Marcus Vinicius Pujol, diretor da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP, afirmou que agora é a hora do consumidor acompanhar o preço dos produtos que têm interesse em comprar na Black Friday. Segundo ele, as empresas que pretendem dar o golpe da “metade do dobro” costumam começar a aumentar o preço dos produtos de 2 a três meses antes do evento.
Pujol orientou que para se blindar, além de pesquisar o valor dos produtos desejados, o consumidor deve ir tirando prints dos preços.
“Para que a fraude contra o consumidor possa ser caracterizada e comprovada, a estratégia é ir monitorando e tirando print dos preços do produto na loja em que ele pretende comprar. A ideia é ir vendo se esse preço está aumentando descontroladamente. Porque se lá na frente for dado o desconto e o produto voltar para o valor original, a fraude fica evidente”, explicou o diretor da Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon de São Paulo.
“Na minha mão é mais barato”: será mesmo?
Especialistas também alertam para outra armadilha durante a Black Friday: as “ofertas milagrosas”. A dica é desconfiar de preços muito abaixo da média do mercado e comprar apenas em lojas e sites de sua confiança. Outro caminho indicado é consultar sobre a confiabilidade da empresa. Isso pode ser feito nas páginas do Procon, do Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor), Consumidor.gov e Reclame Aqui, por exemplo.
O Procon destaca a importância de verificar nos sites onde os produtos estão sendo vendidos: endereço da loja física, telefone, email, CNPJ e nome real da empresa. O cuidado ao clicar em links e ofertas recebidas por email e redes sociais, também é considerado essencial. O segredo é sempre consultar a página oficial da loja associada ao anúncio recebido, para saber se a oferta realmente existe.
“Muitas vezes produtos com preços muito abaixo da média do mercado estão em um site fantasia que pode estar simulando a página de um magazine, de uma loja de departamento, só para pegar os seus dados pessoais e depois cometer outros crimes”, alertou Marcus Vinicius Pujol.
Algumas dicas para verificar se o site em que você está navegando é seguro é verificar o endereço da página: se ele é o mesmo que você costuma comprar ou navegar; se antes do “www” o endereço tem o “https”, que garante que os dados fornecidos sejam criptografados; e também ficar de olho em erros gramaticais e outros sinais que causem desconfiança.
Sobre as formas de pagamento, uma dica importante para proteger os dados do seu cartão de crédito, por exemplo, é optar pela utilização dos cartões digitais ao fazer compras online. Caso o pagamento seja feito por boleto é mais seguro que ele seja emitido no site oficial da loja, evite os boletos enviados através de email ou Whatsapp. Não deixe também de conferir os dados do boleto: valor da compra, nome e CNPJ do beneficiário.
+ Notícias