O acesso de crianças à internet está cada vez mais frequente. No Brasil, 93% daqueles que têm entre nove e 17 anos já tiveram contato com a grande rede, segundo dados levantados pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O percentual representa 22,3 milhões de brasileiros na faixa etária.
Com a tecnologia tão integrada às vidas das pessoas, e cada vez mais cedo, torna-se necessário que os pais monitorem as atividades dos filhos no mundo digital. A não fiscalização dos adultos pode deixar os menores expostos aos mais diversos riscos, e até mesmo ao descumprimento de regras de boa conduta na internet.
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Crianças e o interesse em hackear
O entretenimento e os estudos não são os únicos motivos que levam as crianças ao ambiente virtual. Com o crescimento de sites de hacking, novos desafios são apresentados à segurança de menores no mundo digital. Em fóruns de discussão da internet, como o Discord, o Avast notou o interesse dos mais jovens em saber hackear. No episódio em questão, o objetivo era invadir um sistema escolar e infectá-lo com malware.
O objetivo do hacking é comprometer um sistema ou rede de computadores, contas pessoais ou dispositivos digitais. Ou, o uso da tecnologia pode ser útil para solucionar problemas e desafios. No último caso, não há má intenção por trás do processo. Porém, as habilidades podem ser usadas de forma prejudicial.
Leia mais: Como garantir um uso de telas saudável entre crianças e adolescentes?
O diretor de Inteligência de Ameaças da Avast, Michal Salat, apontou ser importante entender a motivação que leva crianças ao interesse por práticas de hacking. “É apenas curiosidade? É para conseguir dinheiro? Se seu filho ou seus alunos demonstrarem interesse em hackear por pura curiosidade, você deve encorajar a criança”, disse.
O hacking envolve segurança cibernética e, embora seja feito em um ambiente virtual, ainda é ilegal quando feito de maneira não consensual e tem consequências na vida real. As consequências podem perseguir quem o pratica por um longo período, uma vez que pode gerar processo até mesmo para os pais, caso quem o pratique não esteja em idade penal.
Como garantir que a internet seja utilizada com segurança por crianças?
Com o aumento no número de crianças expostas à internet, algumas atitudes podem ser tomadas pelos pais para que o uso da rede seja feito de forma segura por seus filhos. Uma delas é o monitoramento, bem como a orientação sobre um uso seguro das plataformas digitais. Alguns aplicativos, como o Google Family Link, permitem que os adultos fiquem de olho no que é acessado pelos menores. Além disso, podem limitar o tempo diário de uso.
É possível prevenir ataques hackers?
O hacking de cibersegurança pode causar danos reais para as vítimas, desde o roubo de dinheiro à venda de informações para fins maliciosos, ou o compartilhamento de informações confidenciais que podem prejudicar a imagem de pessoas e empresas.
Para se proteger, o passo inicial é usar senhas fortes. A autenticação em dois fatores ou multifatorial para contas, como e-mails e perfis em redes sociais, pode garantir maior segurança. É importante também ter atenção com phishing, que são mensagens eletrônicas enviadas com links suspeitos.
Ter senhas nos dispositivos também é importante, bem como PIN ou reconhecimento facial. É necessário ainda usar um software de segurança, conhecido como antivírus. As redes Wi-Fi públicas devem ser evitadas, uma vez que não permitem que você tenha controle direto com a segurança. Por último, evitar sites duvidosos é necessário. Avalie cuidadosamente o que acessa e os aplicativos que baixa; só faça transações em sites que tenham certificado de segurança.
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