Um estudo recém-lançado pela Experian, grupo que comanda a Serasa, aponta para o crescimento de uma modalidade na contratação de empréstimo que interessa (e muito) ao debate sobre o superendividamento no Brasil.
A pesquisa, que é global, mostra que os brasileiros foram os que mais solicitaram crédito online durante a pandemia de Covid-19. De acordo com o levantamento, no Brasil, as solicitações de cartões de crédito cresceram 5 pontos percentuais (p.p) e os pedidos de empréstimos aumentaram 9 p.p.. Já me outros países, houve até queda.
Vem aí o simpósio sobre a Lei do Superendividamento
“A pandemia aumentou a já crescente demanda pelo autoatendimento digital relacionado a solicitações de crédito e a busca de assistência no cumprimento das obrigações financeiras. Os consumidores não só querem como esperam ser possível solicitar crédito quando e onde eles estiverem, geralmente utilizando um dispositivo móvel”, explica o diretor de Decision Analytics da Serasa Experian, Pedro Braga.
Sobre os resultados
Na Europa, Oriente Médio e África, o resultado é um pouco mais tímido, porém aponta para altas. De acordo com o estudo, houve um crescimento de 2. pontos percentuais nas solicitações de cartões de crédito. O pedido de empréstimo também registou uma alta de 2 p.p na comparação 2019.
Nos Estados Unidos, aconteceu um movimento inverso. Em vez de alta, o estudo mostra uma queda de 3 pontos percentuais na solicitação de cartão de crédito. Já o empréstimo caiu 1 p.p na comparação com período pré-pandemia
Incentivos
Um fato que explica que esse aumento no uso do crédito é o aumento de incentivos governamentais e linhas de crédito mais acessíveis. Nesse sentido, o desafio é identificar a real situação dos consumidores, ou seja, será que o dinheiro é realmente necessário?
Outro recorte da pesquisa mostra que cerca de metade das companhias estão dedicando recursos para aprimorar suas capacidades analíticas. Os investimentos em analytics, como soluções de Machine Learning, permitem que os negócios usem conjuntos de dados não tradicionais rapidamente, expliquem o que os dados estão revelando e testem novos modelos de previsão e risco de crédito.
“Empresas inovadoras precisarão ir além das fontes de dados tradicionais e aproveitar dados alternativos e sintéticos a fim de antecipar as necessidades de crédito de seus clientes ao usar ferramentas para automatizar o processo e reduzir o risco. Bons exemplos são as iniciativas como o Cadastro Positivo e Open Banking no Brasil, que auxiliam a aprimorar as análises”, comenta Braga
Metodologia
O material resultou de três estudos realizados entre junho de 2020 e janeiro de 2021. Foram entrevistados 9.000 consumidores e 2.700 empresas de 10 países: Alemanha, Austrália, Brasil, Cingapura, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Japão e Reino Unido.