Uma pesquisa da Febraban de economia bancária e expectativas aponta que os bancos estão com uma projeção positiva em relação ao mercado de crédito em 2023. É esperada uma alta de 8,3% na carteira de crédito esse ano. O levantamento da Febraban, realizado de 45 em 45 dias, captou uma melhora na estimativa de crédito direcionado para a pessoa física e também para a pessoa jurídica. Isso pode servir de incentivo aos consumidores e para o varejo.
A projeção para a carteira do crédito direcionado à pessoa física passou de 8,6% para 9,2%, enquanto para a carteira pessoa jurídica, a projeção subiu de 5,8% para 7,1%. Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban, analisa que a projeção positiva pode ser explicada pela possibilidade de termos uma maior atuação dos bancos públicos no mercado de crédito nesse novo governo.
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“Outra possibilidade, que não é contraditória com a explicação anterior, é que a elevação dos juros no mercado livre e um desempenho mais fraco do mercado de capitais podem aumentar a demanda por recursos no segmento direcionado de pessoa jurídica”, analisa o diretor da Febraban.
Sardenberg acrescenta que, por outro lado, houve uma redução na projeção para o crédito livre, de alta de 8,6% para crescimento de 8,2% em 2023. A revisão foi mais relevante na carteira pessoa física, cuja projeção recuou de alta de 10,1% para 8,7%. “Há uma expectativa de desaceleração econômica devido à inflação elevada, juros altos e um cenário externo mais desfavorável, ainda com muitas incertezas”, afirma.
“Há uma expectativa de desaceleração econômica devido à inflação elevada, juros altos
e um cenário externo mais desfavorável, ainda com muitas incertezas”
A pesquisa da Federação foi realizada com 19 bancos entre os dias 8 e 14 de fevereiro. Ela reúne as percepções das instituições financeiras sobre a ata da reunião do Copom, do Banco Central e as projeções para o desempenho das carteiras de crédito no ano corrente e no próximo.
Selic, PIB e inadimplência
Em relação à Selic, o levantamento captou ainda um certo pessimismo em relação à política monetária, com novo adiamento das expectativas quanto ao início da flexibilização. Agora, apenas 38,9% acreditam em queda da Selic no terceiro trimestre (ante 75% em dezembro). Por outro lado, 55,5% esperam que isso ocorra apenas a partir do quarto trimestre deste ano.
Já em relação ao câmbio, a expectativa é de que se mantenha próximo de R$/US$ 5,30 até o final do 3º trimestre de 2023. Sobre o Produto Interno Bruto, a maioria dos participantes (55,6%) da pesquisa realizada pela Febraban avalia que a atividade econômica irá crescer entre 0,5% e 1,0% em 2023.
Não podemos deixar de citar a questão da inadimplência, que é um problema que deve receber grande atenção do governo este ano. O levantamento feito pela Febraban destaca que os bancos acreditam em uma melhora da taxa de inadimplência da carteira livre, cuja projeção saiu de 4,7% para 4,4%.
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