A concessão de crédito para pessoas físicas deve cair 13,4% neste ano, segundo projeção feita pela CNC (Confederação Nacional do Comércio). O resultado, se concretizado, é o pior dos últimos cinco anos.
O cálculo foi feito com base no relatório Focus do Banco Central que aponta as medianas das expectativas para 2016 referentes ao crescimento econômico, à taxa básica de juros e à inflação.
O boletim estima que o País deve registrar um PIB negativo em 3,9%. A taxa básica de juros deve chegar a 13,25% em dezembro e a inflação deve ficar na casa dos 7% neste ano.
Se confirmadas essas condições, a taxa de juros ao consumidor deverá continuar em alta até o início do quarto trimestre, até que a expectativa de queda nos juros básicos se confirme e permita ligeira retração do custo do crédito ao consumidor.
Os juros, aliás, estão altos e chegaram a 69,2% ao ano, o maior registro desde março de 2011, quando o Banco Central passou a mensurar o custo financeiro do crédito. Para se ter uma ideia, há um ano, a taxa média anual era de 54,4%.
E quem deixa rolar a dívida no cartão de crédito pode preparar o bolso: a taxa de juros está em 449,1% ao ano. “Essa é, de longe, a modalidade de crédito mais cara ao consumidor, seguida pelo cheque especial, cuja taxa alcançou, também de forma inédita, 300,8% ao ano. O financiamento de despesas através do cheque especial dobra a dívida contraída em seis meses”, afirmou, em nota Fabio Bentes, economista da Confederação.