Boa parte da população mundial está em casa. E não há uma previsão concreta para esse estado de isolamento acabar, seja você brasileiro, espanhol, alemão, francês… Os dados mostram que mais de 250 milhões de pessoas estão confinadas em suas residências e com a rapidez no avanço da pandemia de Coronavírus, esses números só tendem a aumentar.
A reclusão só fez os serviços de streaming ganharem cada vez mais importância. Não sei para você, mas para mim já virou questão de manter a sanidade mental saber que Netflix, HBO Go, Amazon Prime, Apple TV+ ou até Globo Play estão lá, em stand-by, com aquela série para maratonar depois ou o filme que não deu tempo de ver nos cinemas. Mais do que nunca, os serviços de assinatura têm sua importância garantida quando o dia-a-dia como conhecíamos – digamos há um mês atrás – virou de ponta cabeça.
RECOMENDAÇÕES REAIS PARA UMA VIDA SURREAL
Dentro deste cenário, uma tendência vem se consolidando: a das recomendações feitas por pessoas e não apenas pelos algoritmos dessas plataformas. Quem já bateu o martelo identificando esse caminho foi o site “Vulture”, publicação especializada em entretenimento da “New York Magazine”. Segundo ele, com o aumento gigantesco da oferta de produções de todos os tipos, todos os dias, os softwares de recomendação podem não dar conta de acertar em cheio nossos desejos do que assistir.
É uma operação complexa que precisa ser ajustada com frequência. Por isso, pessoas também estão entrando na jogada. É o que a indústria do entretenimento vem chamando, segundo a “Vulture”, de “curadoria humana”. Ela deve se tornar um diferencial capaz de fazer o espectador assinar um ou outro canal de streaming num futuro bem próximo.
Pioneira mundialmente, a Netflix sai na frente em popularidade, é certo. Mas essa batalha pelo dinheiro mensal do assinante tem tudo para se tornar um dos terrenos mais competitivos do mercado audiovisual com a chegada da Disney+, da Apple, entre outros. E, nesse sentido, voltamos a dar importância a um olhar mais premium, uma curadoria que só pode ser feita por uma pessoa – e não pelo computador. Para você ter uma ideia, o próximo serviço da HBO Max, que é da Warner Media, deve usar como campanha de divulgação a frase “recomendado por humanos” e lançar pequenos vídeos com sugestões de atores e atrizes, além de produtores e diretores do canal – todos indicando o que assistir.
Já na Netflix, por exemplo, a ideia segundo a “Vulture”, é bombar a tag Coleções. Não sei se você já se deparou com ela. Para mim, particularmente, ando recebendo uma lista de filmes dos anos 90 – baseada no fato de que passei boas semanas assistindo à clássicos-pipoca como “Uma Linda Mulher” e “Um Lugar Chamado Notting Hill” para dar uma desopilada desse momento caótico em que vivemos. Logo o sistema do streaming captou que esse tipo de produção me agrada e agora oferece todo tipo de comédia água com açúcar que os 90’s lançou.
Essa mudança que acabei de contar é justamente a chave da questão para dar mais importância ao que recomendam pessoas e não máquinas: o computador pode até mapear o que curtimos baseado nas nossas interações anteriores na plataforma, explica a “Vulture”. Mas ele é incapaz de prever nossos desejos e sentimentos diante de situações da vida e em como elas nos impactam mentalmente.
Da minha parte, acho que computador nenhum poderia prever o mood em tempos desta situação tão única como a que vivemos. Pelo menos até agora, eu não recebi nenhuma recomendação o filtro: “Filmes para melhorar seu humor durante uma pandemia”. E, no final das contas, a roda gira, gira, mas volta ao básico. Quem tem mais chances de influenciar o que você vai assistir na próxima vez que conectar numa dessas plataformas: o algoritmo robótico ou aquela dica esperta que sua amiga ou amigo deu no grupo de whatsapp? O bom e velho ser humano ainda não saiu de moda.
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