O consumo nos lares brasileiros tem sido um indicador-chave em 2023, refletindo a dinâmica econômica do país e a experiência do consumidor. De acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o consumo das famílias brasileiras acumulou um crescimento de 2,58% de janeiro a agosto de 2023 em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O consumo nas famílias está sendo impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo estabilidade de renda, programas de transferência de renda e quedas nos preços dos alimentos. No entanto, as perspectivas futuras também dependem de fatores climáticos e outros eventos econômicos. À medida que o ano avança, é fundamental monitorar de perto como essas tendências afetam a experiência do consumidor e a economia em geral.
Consumo em ascensão
O consumo nas famílias brasileiras apresentou um aumento constante em 2023, registrando um salto significativo de 4,24% em julho. Posteriormente, permaneceu estável em agosto, fechando o mês com um aumento de 0,80%. Em comparação com agosto de 2022, houve um crescimento de 4,12%. Esses números refletem a estabilidade de renda no país e as quedas consecutivas nos preços dos alimentos.
O levantamento da ABRAS, que contribui para essas conclusões, contempla todos os formatos e canais operados pelos supermercados, incluindo atacarejos, supermercados convencionais, lojas de vizinhança, hipermercados, minimercados e e-commerce.
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Impacto dos preços dos alimentos
A queda nos preços dos alimentos tem sido um fator fundamental para o aumento no volume de itens adicionados às cestas de compras das famílias brasileiras. Esta tendência tem permitido aos consumidores adicionar mais produtos à sua cesta de compras e explorar itens de valor agregado, como a carne bovina. Os preços dos cortes de carne dianteiros e traseiros, por exemplo, registraram quedas acumuladas de 9,21% e 12,03% no ano, respectivamente.
A análise regional revela que a maior queda na Cesta Abrasmercado ocorreu na região Centro-Oeste, seguida por Sudeste, Sul, Nordeste e Norte. Essas variações regionais podem ser importantes para entender as dinâmicas de consumo em diferentes partes do país.
Preços da cesta básica
A cesta de alimentos básicos teve uma queda de preço de 1,53% em agosto, com destaque para a redução de preços em itens como feijão, leite longa vida, farinha de trigo, café torrado e moído, óleo de soja e farinha de mandioca. No entanto, alguns itens como arroz, açúcar refinado e queijo muçarela registraram aumentos de preço.
É importante mencionar que os indicadores são medidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso ajuda a entender como a inflação afeta o poder de compra das famílias.
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O IPCA e seu papel
O indicador monitora a variação dos preços de bens e serviços comumente consumidos pelas famílias brasileiras. O cálculo envolve a coleta de preços de uma cesta diversificada de produtos, abrangendo categorias como alimentos, habitação, transporte, educação, entre outras. A média ponderada desses preços, considerando a relevância de cada categoria no orçamento familiar, resulta no índice IPCA.
Itens de maior peso no orçamento familiar têm um impacto mais significativo no cálculo final do índice. Portanto, o IPCA desempenha o papel crucial ao oferecer uma visão clara de como a inflação afeta o poder de compra das pessoas e influencia suas decisões financeiras. Além disso, é uma ferramenta essencial para o governo, por auxiliar na formulação de políticas econômicas e monetárias voltadas para a manutenção da estabilidade de preços e o bem-estar econômico do país.
Cesta abrasmercado
A Cesta Abrasmercado, que avalia 35 produtos de largo consumo, registrou uma queda de 1,71% em agosto em comparação com o mês anterior. O preço médio da cesta caiu de R$ 730,06 para R$ 717,55. Esta queda foi influenciada por uma série de fatores, incluindo a redução de preços em proteínas animais e itens básicos, como feijão, farinha de trigo e óleo de soja.
Datas influenciam
É bom destacar que o segundo semestre do ano conta com datas que tradicionalmente impulsionam o consumo, o que pode ter contribuído para o aumento do consumo nos lares brasileiros, juntamente com outros fatores como a estabilidade de renda e a queda nos preços dos alimentos.
Transferência de renda
O cenário também é influenciado pelos recursos injetados na economia. Em agosto, programas como o Bolsa Família (R$ 14,25 bilhões), Auxílio Gás (R$ 608 milhões), pagamentos de Requisições de Pequeno Valor (INSS) (R$ 1,7 bilhão) e o 4º lote de Restituição do Imposto de Renda (R$ 7,5 bilhões) contribuíram para sustentar o poder de compra das famílias.
Perspectivas futuras
Para setembro, as projeções são igualmente positivas, com repasses esperados de R$ 14,58 bilhões do Bolsa Família, o pagamento do último lote de Restituição do Imposto de Renda e a liberação de R$ 2,30 bilhões para pagamento de Requisições de Pequeno Valor (INSS).
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