Uma das dúvidas que pairam na cabeça de muitos executivos é se o dinheiro da empresa gasto para aprimorar a proteção de dados pessoais seria uma despesa ou um investimento que teria um retorno com o passar do tempo? Um recente estudo produzido pela Cisco mostra que o investimento faz sentido – e muito. E ele já tem até mesmo um nome: o ROI da privacidade de dados.
Metodologia
O estudo, chamado Cisco Data Privacy Benchmark Study e que está em sua terceira edição, levou em conta as respostas de 2,8 mil diferentes executivos de segurança de empresas espalhadas em 13 diferentes países – incluindo o Brasil. Foram consultados empresas dos mais diferentes segmentos da economia, mas com uma condição: elas deveriam estar familiarizadas com os processos de privacidades de dados dentro das companhias.
Para a produção do ROI da privacidade de dados foram coletados diferentes tipos de informações, dentre elas o próprio investimento da companhia na aquisição de ferramenta, treinamento e outroa despesas para o aprimoramento da proteção de dados.
Resultados
Em linhas gerais, o estudo mostra que a cada US$ 1 investido, o ROI da privacidade de dados global médio seria de US$ 2,7 – ou seja, um retorno percentual de 270%. Esse retorno não necessariamente se materializa em dinheiro no caixa da empresa. Ele pode repercutir, por exemplo, em maior agilidade, credibilidade do consumidor, entre outros fatores.
O Brasil é um dos países que obteve um ROI acima da média, segundo os dados coletados pelo estudo. O País obteve um ROI de Privacidade de Dado de US$ 3,3 e terminou empatado com o México. O maior resultado foi identificado no Reino Unido, com um retorno de US$ 3,5.
Em um comunicado à imprensa, Robert Waitman, diretor de insights e inovação em privacidade da Cisco, falou sobre o retorno desse investimento no board da companhia. “Em média, para cada US$ 100 que uma empresa gasta em privacidade, eles recebem US $ 270 em benefícios comerciais. Isso se traduz em melhor segurança, menores atrasos nas vendas, maior inovação e agilidade, além de vantagens competitivas”, acrescentou
Outras conclusões do estudo
O estudo também mostra outras vantagens operacionais e competitivas. No ano passado, o levantamento mostrou que 40% informaram que o investimento em privacidade resultaria em uma vantagem comercial. Este ano, o percentual é bem maior. Agora, 70% das organizações dizem que obtiveram benefícios comerciais significativos a partir dos esforços em privacidade, incluindo melhor agilidade, maior vantagem competitiva e maior atratividade para os investidores e maior confiança do cliente.
Além disso, o levantamento relaciona responsabilidade com os dados alheios com maiores benefícios. Empresas com melhor desempenho em responsabilidade na proteção de dados tiveram menores custos de violação, menores atrasos nas vendas e maiores retornos financeiros.
O estudo ainda mostra que 82% das organizações veem as certificações de privacidade como fator de compra: certificações de privacidade como ISO 27701 , Escudo de Privacidade UE / Suíça-EUA e sistema de regras de privacidade transfronteiriça da APEC estão se tornando um fator importante de compra ao selecionar um fornecedor de terceiros. Nesse sentido, Índia e Brasil estão no topo da lista, com 95% dos entrevistados concordando que as certificações externas são agora um fator importante.