Os conflitos, ofensas e desentendimentos nos grupos do aplicativo WhatsApp são as ocorrências digitais mais comuns nas escolas do país de acordo com a quarta edição da pesquisa “Escola Digital Segura”, elaborada pelo Instituto iStart.
O estudo mostra que ao menos 77,7% dos incidentes nas instituições de ensino envolvem conflitos nos grupos de WhatsApp, seja entre os alunos, ou entre pais e responsáveis.
“Tanto os educadores como as famílias devem ter em mente que o WhatsApp é um canal de troca de mensagens onde tudo fica documentado e uma vez enviado, não tem volta. Assim como em outras situações, o conteúdo digital não tem controle. Outras pessoas que estão presentes em grupos de WhatsApp podem reproduzir informações sigilosas ou comprometedoras, constrangendo ainda mais os menores envolvidos em vazamentos de dados ou de imagens íntimas”, alerta a Dra. Patricia Peck Pinheiro, advogada especialista em Direito Digital e idealizadora do Instituto.
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Cyberbullying diminui
Na versão anterior do levantamento, produzido em 2015, o cyberbullying era o problema com maior incidência nos colégios, correspondendo a 75% das ocorrências. Neste ano, esse número caiu para 48,4%. Um dado interessante do estudo, e que pode ter contribuído para essa diminuição, é que todas as instituições pesquisadas afirmaram realizar atividades de prevenção ao bullying ou cyberbulliyng, como está previsto na Lei nº 13.185/2015, em vigor desde fevereiro de 2016.
“A sensibilização é necessária, não apenas por um trabalho preventivo, mas também para contribuir para uma sociedade mais justa e humana”, afirma a Dra. Cristina Sleiman, advogada especialista em Direito Digital e coordenadora pedagógica do iStart.
Outros incidentes
De acordo com o estudo, os outros incidentes mais comuns no ambiente escolar são o uso do celular de forma a atrapalhar a aula. Isso ocorre 48,1% das instituições pesquisadas. A exposição demasiada da intimidade também está presente em 22,2% dos colégios analisados.
Ao todo, 84% das escolas ouvidas registraram até 50 ocorrências digitais nos últimos dois anos. Em 37,7% das instituições, a idade média na qual os alunos costumam levar o celular para a escola é entre 9 e 10 anos. Já em 29,6% dos colégios, a média fica entre 11 e 12 anos. Em 14,8% das instituições, a média é de 6 a 8 anos, e em 11,1%, é acima de 12 anos. O índice de escolas que não responderam por não permitir o uso do celular no ambiente de ensino é de 7,4%.