Um aparente abrandamento da instabilidade política brasileira está fazendo bem ao empresariado nacional, mesmo com um quadro econômico ainda estável. É o que aponta o Indicador de Confiança dos micro e pequenos empresários dos segmentos do varejo e de serviços calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os dados foram divulgados hoje (5).
Em comparação a junho de 2015, o indicador cresceu 18%, passando de 36,68 pontos para 42,93. Com relação a maio deste ano, também houve uma pequena melhora de 1,77%. Junho é o segundo mês de melhora do indicador, que chegou ao nível mais baixo em abril, com 37,92 pontos. Abaixo de 50 pontos, o indicador entra na zona de pessimismo.
Honório Pinheiro, presidente da CNDL , explica que a retomada da confiança é peça fundamental para o país esboçar sinais de melhora em meio à crise. “Se há otimismo, os empresários estão mais dispostos a assumir riscos para ampliar seus negócios e contratar mais funcionários. Mas o humor do empresariado também depende de medidas efetivas do governo para conter o aumento do desemprego e da deterioração fiscal, o que poderá ser observado nos próximos meses com o desenrolar da crise e dos fatos políticos”, afirma.
Para os órgãos, a melhora da confiança não diminui o quadro atual de pessimismo que ronda esses pequenos empresários, já que o indicador segue abaixo dos 50 pontos. Ao mesmo tempo, o aumento da confiança representa uma sensível melhora nas expectativas futuras das pequenas e médias empresas com relação aos seus negócios e o andamento da economia nos próximos meses.
Essa percepção teve grande influência da situação política brasileira, que passou por diversos percalços nos últimos meses, acredita a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Segundo ela, uma aparente resolução tem acalmado os ânimos do empresariado, que paulatinamente vai demonstrando mais confiança em sua postura.