A confiança dos micro e pequenos empreendedores voltou a subir em maio, segundo mostrou pesquisa feita pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). No mês passado, houve aumento de 15,1%, em relação ao mesmo mês de 2015.
O aumento veio após forte queda registrada em abril, de 12%, que fez o indicador registrar o menor nível em sete meses. O resultado de maio retorna à média da série histórica do primeiro trimestre do ano.
Com o aumento, a confiança alcançou os 42,19 pontos – abaixo do nível neutro de 50 pontos, demonstrando que os empresários entrevistados continuam pessimistas com as condições econômicas do país e de seus negócios.
Como se vê, esse respiro não pode ser considerado como uma tendência de melhora na confiança dos empresários ou um reflexo direto das mudanças políticas no Brasil. “Ao longo de 2016 e do ano passado, empresários e consumidores depararam-se com ambiente de grande incerteza com relação aos rumos da política e da economia e viram os impasses interditarem a agenda econômica, fazendo agravar o quadro recessivo”, explicou, em nota, Honório Pinheiro, presidente da CNDL.
Segundo a pesquisa, 37,3% dos micro e pequenos empresários disseram estar confiantes com os próximos seis meses e 33,8% manifestaram pessimismo. Tratando-se dos negócios, o percentual de otimistas passa para 51,8% e o de pessimistas passa para 14,5%. “A melhora nos números da atividade econômica e, por consequência, do emprego, depende da consolidação da confiança que os empresários têm no futuro”, explicou, em nota, Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
Segundo a pesquisa, 35,6% dos empresários otimistas dizem apenas acreditar que as coisas irão acontecer. Há também os que mencionam a resolução da crise política (33,9%), e os que acreditam que a inflação será controlada e o país retomará o crescimento (16,1%).
Entre os que manifestam otimismo com relação ao seu negócio, a razão predominante é a expectativa de que a economia irá melhorar, com recuo da inflação, aumento das vagas de emprego e das vendas (33,1%). Neste quesito, também uma boa parte não sabe explicar a razão de seu otimismo (32,4%). Outros 19,3% dizem estar investindo no negócio para enfrentar a crise.