Em novembro, a confiança do empresário do comércio cresceu, tanto na relação com outubro (1,2%) quanto na relação com novembro do ano passado (23,5%). Segundo dados da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), apesar disso, o nível de confiança dos empreendedores do setor ainda segue baixa, abaixo dos 100 pontos, que é a zona de indiferença.
“Embora haja a percepção de que a crise econômica esteja lentamente perdendo a força, as condições do mercado de trabalho, o crédito caro e a restrição de renda das famílias permanecem como um entrave para a recuperação do comércio varejista”, afirmou em nota Izis Ferreira, economista da Confederação. “Por outro lado, a desaceleração da inflação influencia positivamente o comércio”.
A revista NOVAREJO digital está com conteúdo novo. Acesse agora!
Para definir a confiança do empresário do comércio, a CNC analisa a percepção dos empresários em relação às condições atuais, as perspectivas e o nível de investimentos.
A pesquisa mostra que o componente que mede as condições correntes subiu 50% na comparação com novembro de 2015, a maior variação positiva da série histórica, iniciada em março de 2011. Já em relação ao mês passado, o acréscimo foi mais tímido, de 3,2%.
O índice que mede as perspectivas é o único que está acima da zona de indiferença, mas cresceu apenas 0,8% na relação mensal e 24,3% na comparação anual.
Já o índice que mede as condições de investimento apresentou crescimento de 0,3% em novembro, frente a outubro, e de 9,4%, na relação com o mesmo mês do ano passado.
Inadimplência em ritmo menor de crescimento
Enquanto a confiança sobe, a inadimplência das empresas desacelera, segundo dados do SPC Brasil e da CNDL. A pesquisa mostra que em outubro, o número de empresas inadimplentes desacelerou em relação ao mês anterior, porém segue apresentando taxas expressivas.
A alta foi de 7,27% na comparação com outubro do ano passado – em setembro a variação anual havia sido de 9,61%. Além do aumento no número de empresas inadimplentes, houve também um crescimento da quantidade de dívidas em atraso em nome de pessoas jurídicas: 7,49% maior em outubro frente ao mesmo mês de 2015.
Segundo o indicador, a região onde mais aumentou o número de empresas inadimplentes no último mês foi o Nordeste, com avanço de 10,24% na comparação com igual período de 2015. Em seguida aparece o Norte, que registrou avanço de 9,62%, o Sul (6,80%), o Centro-Oeste (6,70%) e o Sudeste (5,65%).
“Depois de acelerar no segundo semestre de 2015, a inadimplência de pessoas jurídicas voltou a desacelerar a partir março de 2016. Admitindo-se que a recuperação da economia se inicie no próximo ano e que o mercado de crédito ainda levará algum tempo até mostrar expansão novamente, a inadimplência das empresas, mesmo que continue crescendo, deverá manter a tendência de desaceleração em 2017”, explicou o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
De acordo com o indicador do SPC Brasil, no mês de outubro o principal crescimento do número de empresas inadimplentes foi no setor de serviços, com variação de 10,40%. Em seguida, aparecem a indústria (7,38%), o comércio (6,30%) e a agricultura (-9,73%).