Há quem diga que se o melhor do Brasil não é o brasileiro, são os memes. Os virais de fotos e GIFs cômicos de fato caíram no gosto dos brasileiros, se espalharam por suas redes sociais e por seus celulares e, é claro, já começam a despertar o interesse das empresas também.
A facilidade com que divertem e circulam pelos mais diferentes grupos tem um apelo extremamente atraente às marcas que estão buscando formas de se integrarem nas mídias sociais e de se alinharem com as gerações mais novas.
Trata-se, porém, de um mecanismo ainda extremamente recente na publicidade e que, se não apropriado da maneira correta pode ser fatal. E ninguém melhor para falar sobre o assunto do que jovens “hard users” de bobagens da internet.
Foi o que fez o painel “Engajamento usando memes: você não sabe, mas seus clientes adoram!”, que reuniu durante o CONAREC 2017 jovens em relativo começo de carreira mas que já se destacam em suas áreas como especialistas das mídias digitais e suas linguagens. “Os memes têm muitas vantagens, mas também têm seus pontos negativos; as empresas têm que saber bem o que fazer para não se prejudicar”, disse Laiane Ferrari, consultora e estrategista em redes sociais.
“Tem usar o meme mas não deixar o meme te usar”, disse Henrique Lopes, o publicitário de 24 anos de idade que ficou famoso em 2012 quando criou a personagem “Gina Indelicada” no Facebook, ativa até hoje. Ele ressalta que, por conta do alto potencial de viralização, os memes são um ótimo recurso para “furar” os algorítimos de redes como o Facebook, que limitam o que cada pessoa verá em suas linhas do tempo, e ampliar o alcance da marca. “Mas é importante que a mensagem tenha a ver com o posicionamento da empresa, porque não adianta ter um alcance de 50 mil pessoas se isso não for se converter em venda. Você vai só parecer um tio compartilhando meme.”
Chico Barney, fundador da startup 301.yt, especializada em vídeos e conteúdos de marcas para internet, lembra que uma estratégia usada errada pode ser fatal – imagine quando se trata de um erro viralizado então. “Marcas que vêm sendo construídas com alguma autoridade há anos podem acabar se manchando com uma brincadeirinha pequena fora de hora”, disse. “Fazer um meme que bombe não diz nada. Para um resultado de médio e longo prazo, tem que ser estruturado. Naveguem bastante na internet, contratem uma galera que conheça muito e tomem muito cuidado. A identidade da marca tem sempre que estar em primeiro lugar.”
Fernanda Monrroy, curadora digital da agência de comunicação PROS, acrescenta que, neste sentido, os influenciadores e celebridades cibernéticas podem ser grandes aliados das marcas. “O influenciador tem um pouco mais de liberdade do que a marca, ele pode fazer brincadeiras que, a marca fazendo, pode errar”, disse.