A Páscoa tem diferentes significados para cada pessoa. Alguns aproveitam o momento com a família, outros gostam de aproveitar o feriado prolongado para viajar, fora a festa que a compra de chocolates representa. O fato é que a data é uma das mais comemoradas em todo o mundo – e sua origem é bastante antiga: a celebração cristã é baseada na festa Pessach, de origem judaica, que significa “passagem” em hebraico. A celebração faz referência ao êxodo do povo judeu do Egito, no momento em que, guiados por Moisés, deixaram de ser escravos e conquistaram sua liberdade.
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A data também traz referências da mitologia dos antigos povos pagãos. Eostre é a deusa da fertilidade nas mitologias anglo-saxã, nórdica e germânica. Na primavera, lebres e ovos coloridos eram usados como símbolos de renovação em sua homenagem (vejam os ovos aí!). Alguns registros apontam que seu nome inspirou Easter, Páscoa em inglês.
Dar ovos de presente é um hábito muito antigo, conforme explica Rafael Colavite, professor de História e cientista social. “Existem registros da Era Antiga tanto no ocidente quanto no oriente, em que o ovo, por simbolizar a vida, depois de cozido e decorado, é dado como presente em algumas épocas específicas do ano. No caso, na passagem do inverno para a primavera”, conta. Para os judeus, o ovo é um símbolo de resistência – um dos únicos alimentos que não perde a forma depois de cozido.
E o chocolate?
Segundo o especialista, o momento em que o chocolate passou a fazer parte da tradição não é certo – ele tem uma origem dispersa em alguns processos históricos. “Os franceses foram os primeiros a utilizar chocolate para confeccionar presentes de Páscoa, no século XIX. O chocolate, trazido para a Europa pelos espanhóis, era tido como sagrado entre os Astecas”, pontua. No processo inicial, dos Pâtissiers franceses, os ovos de galinha eram recheados de chocolate após serem esvaziados. Também existia o costume de pintar as unidades.
Outro ponto também influência essa cultura: durante a Quaresma, tradicional período cristão entre o fim do Carnaval e a Páscoa, os adeptos dessa crença não comem carne. “Em algumas épocas essa proibição se estendeu ao ovo, o que impossibilitou o ato de presentear as pessoas queridas com ovos de galinha decorados. Para contornar essa proibição, são feitos ovos de chocolate, que surgem com muita força, especialmente no Brasil, quando o chocolate se tornou acessível à população em geral”, explica Colavite.